É Proibida a Entrada de Pessoas Perfeitas

É proibida a entrada de pessoas perfeitas

Síntese adaptada dos capítulos 9 e 10 do livro “É Proibida a Entrada de Pessoas Perfeitas – um chamado à tolerância na Igreja”, de John Burke  (tradução de Onofre Muniz), São Paulo: Editora Vida, 2006. (Título original: “No Perfect People Allowed: Creating a ‘Come As You Are’ Culture in the Church”). Alguns pensamentos foram acrescentados, bem como exemplos e ilustrações.

É Proibida a Entrada de Pessoas Perfeitas – capítulos 9 e 10

Muitas pessoas têm uma visão pré-concebida do Cristianismo, conhecem  muito pouco sobre a Bíblia e associam o Cristianismo com proibições diversas e ações passadas de cristãos que fizeram coisas horríveis (cruzadas, guerras religiosas, inquisições, perseguições, fanatismo etc.). Assim, muitos guardam uma imagem profundamente distorcida da fé cristã.

Como vivemos em uma sociedade cada vez mais secularizada, precisamos compreender as lutas que as pessoas travam com a verdade para conseguir construirmos pontes nessa cultura. Muitos hoje vêem o cristianismo de uma perspectiva mundial que ensinou, pelos meios de comunicação e educação pública, o seguinte:

  • “A História, especialmente a religiosa, como está na Bíblia, foi escrita ou selecionada por uns poucos poderosos com o propósito de oprimir ou controlar as massas mais fracas e que, portanto, a Bíblia também é tendenciosa”
  • “Nenhuma verdade é absoluta e as normas da verdade e da moral evoluem conforme o contexto ou cultura”
  • “Portanto, a arrogância a respeito da verdade vêm do desejo de controlar e subjugar as pessoas. As pessoas que pensam ter ‘A Verdade’ são a fonte da maior parte de todas as guerras religiosas, atos intolerantes de ódio e fanatismo no mundo. A verdade arrogante é o maior mal”

A  pós-modernidade está definitivamente redefinindo a verdade. A cultura vem mudando os padrões morais há milhares de anos, mas a verdade de Deus ainda pode ser aceita em qualquer cultura. Discussões filosóficas à parte, precisamos focar no “e daí?” prático que precisamos entender para criar uma cultura onde as pessoas descrentes e desorientadas tenham a oportunidade, mesmo com dificuldade, de encontrar a verdade a respeito de Jesus.

Precisamos compreender que as pessoas têm maneiras diferentes de compreender uma verdade. A geração atual gosta de processar a verdade experimentalmente, em vez de racionalmente ou linearmente. Por isso, precisamos ter abordagens diferentes.

Qual é a solução então? O autor do livro descobriu que o que ajuda as pessoas a superar essa luta pós-moderna pela verdade reduz-se a uma misteriosa interação entre quatro maneiras diferentes de abordá-la:

  1. a Verdade Humilde
  2. a Verdade Pragmática
  3. a Verdade Racional
  4. a Verdade Personificada

A Verdade Humilde

A maior resistência à verdade cristã acontece quando os cristãos – mesmo sem se darem conta –  se apresentam arrogantes, em vez de humildes.  Por isso, primeiro precisamos criar uma cultura que reflita a natureza humilde de Jesus. As pessoas sentem aversão pelo tom de superioridade ou arrogância sobre o que é verdade. Do ponto de vista delas, ninguém tem a chave da verdade. Portanto, do ponto de vista do autor do livro, sermos humildes e francos sobre as reais limitações que temos quanto a saber toda a verdade torna-se de suma importância. A verdade humilde não se envergonha de apresentar o que sabe ser verdade e por quê crê ser verdade, mas nunca é usada como um porrete para forçar as pessoas a concordar.

Em muitas situações, podemos entrar em um debate sobre alguma idéia, ganharmos o debate mas perdermos a pessoa, ao adotar uma atitude depreciativa para com o proponente do outro ponto de vista e emocionalmente convencer os interlocutores a rejeitarem a nossa fé.

O apóstolo Paulo, que tinha grande habilidade em debater e argumentar, lembra-nos da prioridade do amor sobre o “estar certo”, quando advertiu aos coríntios (povo da cidade de Corinto) que “o conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica”.

O autor explica que muitas pessoas, nesse contexto pós-moderno, não estão perguntando “o que é a verdade?”, mas… “Será que eu quero ser igual a você?”. Isso não deve ser mal interpretado. O conhecimento  é muito importante, mas não para aqueles que não querem ouvi-lo.

Indivíduos da geração pós-moderna crescem com a suposição de que “o que é verdade para você é verdade para você, e o que é verdade para mim, é verdade para mim, e o que realmente importa é que podemos respeitar um ao outro com nossas diferenças”. Quando um cristão condena o ponto de vista do outro, embora possa estar tecnicamente correto, a maioria das pessoas simplesmente o ignorará como se fosse mais um pregador de TV ou radical religioso. Podemos errar ao agir de forma inadequada e deixar de ajudar as pessoas a encontrarem a verdade.

Para isso, é importante admitir as próprias limitações, para não soarmos arrogantes e pouco educados. É importante que um cristão, ao conversar com pessoas descrentes ou com sérias dúvidas de fé, admitam humildemente suas limitações de conhecimento. Entretanto, o fato de não conhecer toda a verdade não significa que não se conheça verdade alguma. A verdade humilde nos permite admitir que nem sempre estamos certos, como humanos falíveis que somos, mas essa mesma verdade humilde chama atenção para o fato de que podemos, sim, conhecer algumas coisas como a verdade a respeito de Deus, embora não possamos conhecer a verdade toda, ainda. Muitas vezes, isso abre portas para as pessoas continuarem buscando a verdade.

Nós cremos que a Verdade é uma Pessoa: Jesus Cristo.  Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. [João 14:6]

Se uma pessoa pode considerar a procura da verdade a respeito de Deus do jeito que encararia conhecer uma pessoa, isso pode ajudar, porque a parte mais gratificante do conhecimento da verdade é experimentar o seu amor. Esse é o sentido completo! Muitas pessoas procuram aprender algo sobre religião ou sobre espiritualidade, mas nunca se entregaram realmente a Deus em um ato de rendição.

Alguém pode ficar perto de uma piscina durante um tempo vendo os outros nadarem ou andar o redor, observando. Pode analisar por que eles se arriscam, questionar se é seguro correr o risco e se a água pode realmente manter a pessoa na superfície. Pode examinar e esmiuçar como e por que os outros nadam, estudar em detalhes as propriedades da água, ler histórias de pessoas que nadam bem e de outras que se afogaram enquanto nadavam. Mas se depois de todo esse aprendizado se afastar da piscina e dizer: “nadar não funciona para mim”, é porque nunca mergulhou. Não se pode de fato nadar sem entrar na água.

É importante que, em um processo intelectual, não se perca a essência da fé em Cristo – conhecer e experimentar pessoalmente o amor de Deus. Isso, em última análise, exige não somente a nossa cabeça, mas também uma busca do coração.

Jeremias 29:13: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.”

No nosso mundo pós-moderno, está na moda ser “politicamente correto” em tudo. O cristianismo, por ser uma fé que professa que Cristo é o único Caminho, a Verdade e a Vida, acaba sendo taxada de “exclusivista” e isso incomoda a muitos, que preferem dizer que “todas as religiões levam a Deus”. A questão que precisa ser levada em conta é: o que é mais importante: ser “politicamente correto” ou buscar a Verdade?

Para isso, vou dar um exemplo: se um pai ou uma mãe vê que o seu filho foi picado por um animal venenoso e precisa desesperadamente de um antídoto, vai fazer tudo para achar esse antídoto e dá-lo a seu filho, que pode ter poucas horas para tomar essa substância e não morrer envenenado. Nesse momento, suponhamos que esse pai ou mãe vá a um local que venda antídotos e o vendedor diga: “tenho aqui 500 opções de antídotos e todos  funcionam. Pode comprar qualquer um”.  Suponhamos que o antídoto verdadeiro esteja ali, lado a lado com centenas de vários antídotos inócuos, que não resolverão o problema. Aí, aparece um médico experiente dizendo que somente o antídoto tal funciona nesse caso específico e aconselha o pai da criança a comprar somente ele, porque os outros não vão funcionar. Nesse momento, aparece outra pessoa dizendo que a opinião do outro médico é muito exclusivista e que o pai deve comprar o antídoto que ele achar melhor porque todos funcionarão igualmente.  Como pai ou a mãe da criança se sente? Nessa hora, o que é mais importante? Ser politicamente correto e agradar a todos, evitando contendas, ou se preocupar primeiramente com o filho que está precisando do antídoto certo, a fórmula verdadeira, dentre tantos frascos de fórmulas diferentes e comprar o certo? Garanto que “buscar a Verdade” é muito mais importante do que “ser politicamente correto” com todos. Nessa hora um pai desesperado não estará preocupado em como os outros médicos de opinião diferente vão se sentir ao ver que você foi “exclusivista” ao escolher um único antídoto que iria funcionar. É isso que interessa.

Nosso Senhor Jesus Cristo afirmou claramente que somente Ele é o caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém iria ao Pai senão por Ele. Devemos ouvir aos defensores das outras crenças de que “todas as religiões levam a Deus”, só para não ferir os sentimentos deles, ou devemos ouvir a Aquele que ressuscitou e comprovou tudo o que dizia, cumprindo inúmeras profecias? Opto por ouvir o que Jesus Cristo nos disse, depositar toda a minha cofiança n’Ele e respeitar o direito de as outras pessoas optarem por ter uma fé diferente, se essa for a vontade delas.

A propósito, a frase “todas as religiões levam a Deus” é verdadeira. Depende apenas de como queremos que Deus nos veja: como Pai ou como Juiz.

O fato de considerarmos a fé Cristã a única que nos reconcilia com o Pai e nos dá a vida eterna não significa que sejamos superiores aos outros. Somos iguais a todas as outras pessoas. Superior, sim, é Aquele que é objeto da nossa fé: Jesus Cristo.

Não há nada de arrogante em acharmos que Jesus Cristo é superior. A arrogância está em nos sentirmos superiores.

A Verdade Pragmática

Ao contrário de muitos que estão em busca da verdade e buscando compreender a doutrina cristã, a maior partes da pessoas está em busca do que é verdade para elas. Algo prático e que “funcione”. Nós, cristãos, não devemos perder essa oportunidade porque nada funciona melhor do que viver a vida com Deus.

Pessoas procuram a igreja para encontrar soluções para os seus problemas: depressão, separações, doenças, falta de esperança, vícios e várias outras coisas. O foco do ensino, além de dizermos que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, também precisa ser no “e daí?” disso tudo, de conhecer e seguir essa verdade. Ensinar como a vida com Deus, vivida de acordo com os preceitos do Reino de Deus, de fato funciona. O autor do livro diz que algumas pessoas pós-modernas quase precisam “provar as roupas do evangelho” antes de fazer a “compra”. Alguns praticamente experimentam as águas antes de darem o mergulho da plena fé em Cristo.

Devemos encorajar as pessoas relutantes a fazer uma experiência. A agir como se Deus estivesse realmente presente. Orar a Deus como se Ele fosse um amigo que o conhece melhor do que você mesmo. Fazer o seu trabalho ou os seus estudos no dia-a-dia com toda a sua sinceridade, procurando honrar a Deus e seguir o seu conselho no que se refere a dinheiro e a relacionamentos, a fugir da idolatria, da imoralidade sexual, da avareza, do ocultismo e sempre agindo com honestidade, amor e pureza. Reconhecer que somos pecadores e agirmos com humildade, pedindo que Deus nos oriente e nos perdoe. E então, ver o que acontece. Essas pessoas, quando estão sendo sinceras na sua oração e buscando a Deus de verdade, verão uma grande mudança em suas vidas.

O autor do livro diz que tem visto isso em muitas pessoas. Quando elas começam a entrar na ponta dos pés nas águas da compreensão prática e até experimentar a sabedoria dos caminhos de Deus, geralmente acabam se abrindo à verdade de Jesus.

O evangelho de Jesus, a boa notícia de que a vida com Deus está agora disponível gratuitamente a todos, é uma boa notícia porque de fato é real. A verdade sobre Deus é imensamente prática, não somente para a eternidade mas também para o momento presente.

Talvez parte da razão por que a Igreja está perdendo a batalha pela verdade é que a qualidade de vida que a Verdade Viva produz não tem sido tão evidente em todas as igrejas.  Conhecer verdadeiramente a Deus produz qualidade de vida e o impacto é libertador e gera vida em nossos relacionamentos, profissão e experiência de vida, momento a momento.

A oração por Salvação é o início do relacionamento de confiança com Deus, mas o objetivo, além da Salvação propriamente dita, é claro, deve ser ajudar as pessoas a confiar em Deus nos assuntos práticos e corriqueiros, cada vez mais, todos os dias.

Até mesmo as pessoas que não estão em busca da verdade e visitam a igreja passam a ficar impressionadas com os resultados na vida daqueles que praticam a Palavra de Deus. O autor desafia os que têm dúvidas de fé que visitam a Igreja a viver “como se” Deus e suas palavras fossem verdade e ver se isso produz na vida delas algo melhor do que elas têm nesse exato momento. Quando elas percebem que a verdade de Deus realmente produz nelas a qualidade de existência que elas desejavam – amor, alegria, paz, melhores relacionamentos, menos preocupação e assim por diante -, geralmente se abrem para a Verdade que as condiz a toda a verdade e pedem para ser batizadas, decidem “nascer do alto”.

A Verdade Racional

Conduzir pessoas à verdade requer uma cultura que aborde a verdade com humildade, ensine a verdade de Deus de forma prática, mas não negligencie o racional. Na realidade, a verdade racional precisa ser priorizada.

Apesar de muitas pessoas só estarem interessadas em modos experimentais de conhecer a verdade (uma espécie de estilo de adoração experimental), ainda é muito importante ter razões como fundamento para a fé. Afinal de contas, alguém também pode se “sentir bem” em outra religião, por conta de um acolhimento e bom tratamento de sua comunidade, de pessoas afetuosas e que demonstram um cuidado especial. O “sentir-se bem” não é suficiente para alguém ter a certeza de que está no caminho que agrada a Deus ou no caminho do perdão dos pecados. Também é necessário estarmos firmes na razão, “provando pelas escrituras que Jesus é o Cristo”, como Apolo e Paulo fizeram publicamente.

Para isso, é necessário conhecer e estudar as escrituras, procurar manejar bem a Palavra da Verdade. (2 Timóteo 2:15): “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

Efésios 6:10-18: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.”

Eis a armadura de Deus para a batalha espiritual contra principados e potestades (forças espirituais do mal, nas regiões celestes):

  • Cinto: a verdade
  • Roupa: a couraça da justiça
  • Sapatos: o evangelho da paz
  • Escudo: a fé
  • Capacete: a Salvação
  • Espada do Espírito: A Palavra de Deus
  • “Artilharia de longo alcance”: a Oração

Conhecer as escrituras, a Palavra de Deus, é essencial para as nossas lutas diárias. Bem como usar toda a armadura que Deus nos proporcionou, para triunfarmos contra o mal e não sermos derrotados, não sermos neutralizados em nossa obra para Deus e também, para podermos lutar pelas pessoas que amamos.

Até mesmo quando compartilhamos a Palavra de Deus com alguém querido e essa pessoa rejeita o que falamos, temos ainda como recorrer à oração (“artilharia de longo alcance”) a favor delas. Não devemos nos desanimar quando alguém parece não ouvir o que falamos. No dia certo, Deus poderá tocar o coração delas de uma maneira irresistível. Há pessoas que aceitaram o Evangelho e entregaram a sua confiança a Jesus Cristo instantes antes da morte, por causa da oração incessante de algum parente ou amigo.

A primeira dúvida que um descrente ou uma pessoa com sérias dúvidas de fé tem é: “posso confiar na Bíblia? Por que a Bíblia é verdadeira?” Para pessoas com esse tipo de dúvida, não podemos simplesmente dizer que “tal coisa está na Bíblia”. Não se pode convencer a alguém de que a Bíblia é verdade porque procede de Deus, uma vez que a única maneira de saber se ela procede de Deus é porque a própria Bíblia afirma isso. É o que os ateus adoram chamar de “lógica circular”, sentindo-se muito inteligentes.

A propósito, Salmos 14:1 diz: “Diz o insensato no seu coração: Não [] Deus.”
Obs.: toda vez que algo está entre colchetes ou está em itálico nas escrituras, é porque a palavra foi inserida pelo tradutor, para facilitar a compreensão ou para a frase traduzida fazer sentido.

Podemos sair dessa suposta “lógica circular” mostrando que Deus fez algo miraculoso ao anunciar de antemão o Messias e ter cumprido centenas de profecias específicas e detalhadas, muitos séculos antes de sua realização, quando os seus autores já estavam mortos.

O cumprimento de tantas profecias é o maior selo de autenticidade da Bíblia.

Por exemplo:

Em cerca de 538 AC (Daniel 9:24-27), Daniel, o profeta, predisse que Jesus viria como o Salvador e Príncipe prometido para Israel exatamente 483 anos depois que o imperador persa desse aos judeus permissão para reconstruir a cidade de Jerusalém que estava em ruínas nesta época. Essa profecia foi clara e definitivamente cumprida no tempo exato, com erro zero. Os judeus não reconheceram o tempo de Sua visitação, apesar de uma profecia tão detalhada. Provavelmente os magos (sábios) que vieram de terras distantes foram estudiosos que ouviram justamente o que o profeta Daniel profetizou (ele viveu na Babilônia) e, fazendo todos os cálculos, foram no lugar certo e na hora certa prestar homenagem ao bebê Jesus Cristo.

Isaías 40:22 “Ele é o que está assentado sobre o CÍRCULO DA TERRA”. Como, no ano 700 a.C., sabia Isaías que a terra era redonda? Os cientistas dos dias de Isaías pensavam que a terra era plana. Não descobriram que a terra era redonda até o princípio dos anos 1500, quando Magalhães navegou ao redor do mundo. Como é que Isaías sabia de algo mais de 2000 anos antes da ciência?

Jó 26:7 “… e suspende a terra sobre O NADA”. Durante o tempo de Jó, era crido que um ‘deus’ chamado Atlas sustentava a terra sobre os seus ombros! Ninguém acreditava que a terra “pairava suspensa sobre o NADA!” Jó é o mais antigo livro na Bíblia! Foi escrito há mais de 3500 anos atrás! Como é que Jó soube de algo que era impossível saber durante os seus dias?

Ezequiel 26:1-6 diz “… veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: … Eis que eu estou contra ti, ó Tiro, e farei subir contra ti muitas nações … Elas destruirão os muros de Tiro, e derrubarão as suas torres; e eu lhe varrerei o seu pó, e dela farei uma penha descalvada. 5 No meio do mar virá a ser um enxugadouro das redes; porque eu o falei, diz o Senhor DEUS …” Três anos depois, Nabucodonozor da Babilônia cercou Tiro. Mas, antes que ele chegasse, o povo de Tiro escapou para uma ilha, distante da praia cerca de oitocentos metros.

Depois de treze anos de cerco, os babilônios “destruíram os muros de Tiro” e “derrubaram as suas torres”, destruindo a cidade que ficava no continente. Por aquele tempo, as pessoas que tinham escapado tinham reconstruído a cidade de Tiro sobre a ilha. E porque Nabucodonozor não tinha marinha, a cidade na ilha permaneceu intocada. Muito embora Nabucodonozor tenha destruído a cidade, ele não cumpriu totalmente a profecia de Ezequiel.

Mas, 250 anos depois, os soldados de Alexandre, o Grande, tomaram o monturo (que a destruição por Nabucodonozor tinha deixado), “varreram o seu pó” (a madeira, a rocha e o restolho da antiga cidade de Tiro, destruída), e construíram uma estrada feita de aterro, alta como “o topo de uma rocha”. Eles marcharam sobre a estrada de aterro de entulho, para chegar até a ilha, e a destruíram. Hoje, se você viajar até o local da antiga Tiro – verá pescadores “espalhando as suas redes” para secá-las, sobre o local onde a grandiosa Tiro tinha existido! Exatamente, como Ezequiel tinha profetizado em torno do ano 586 a.C.! Mais de 2500 anos antes que acontecesse!

Existem mais de 300 profecias cumpridas na pessoa de Jesus Cristo. Aquele Livro maravilhoso tem muitas profecias que foram escritas milhares de anos antes de Jesus ter nascido! Profecias exatas e detalhadas tais como: onde Ele nasceria (Miquéias 5:2), como Ele nasceria (Isaías 7:14), como Ele morreria (Salmos 34:20), etc. E a história tem provado, sem nenhuma sombra de dúvida, que elas foram cumpridas exatamente como aquele Livro maravilhoso tinha profetizado, centenas de anos antes!

As profecias acima e os tipos e figuras (“protótipos”) apresentados no Antigo Testamento são apenas um exemplo das centenas de profecias cumpridas e tipos e figuras mostrados por Deus muitos séculos antes. Ainda há muitas profecias aguardando cumprimento e várias passagens da Bíblia são tipos e figuras simbolizando coisas futuras.

Nenhuma outra religião tem profecias tão específicas e detalhadas, ou histórias (reais, diga-se de passagem) que mostram imagens de coisas que iriam (ou ainda irão) acontecer futuramente. Nenhuma outra religião tem um líder que ressuscitou.  Até mesmo Judas Iscariotes, que entregou Jesus, afirmou que Jesus não tinha falha alguma, bem como Pilatos que não viu nenhum motivo para ele precisar ser morto.

Muitos apóstolos, depois de verem Jesus ressuscitado, conversando com eles, passando através de paredes e até mesmo comendo (!), confirmaram a própria fé com tanta convicção que enfrentaram todas as dificuldades, arriscando e até mesmo dando a própria vida para dar os seus testemunhos. Tiago, o irmão de Jesus, era um descrente antes da ressurreição. Passou a crer n’Ele depois que O viu ressuscitado, e iniciou um ministério vibrante.  Se a ressurreição de Jesus Cristo não tivesse sido presenciada por eles, e se fosse um boato ou invenção, de maneira alguma eles estariam dispostos a se sacrificar daquela maneira por uma mentira.

A diferença entre a fé cristã é que o nosso Deus, expresso em Pai, Filho e Espírito Santo, é eterno.  É evidente que as escrituras provêm de algo sobrenatural e do próprio Deus.

Mesmo vendo tantas provas de que a Bíblia é a Palavra de Deus, e tantas centenas de profecias específicas e detalhadas cumpridas, ainda há pessoas que se recusam a crer.

Outra forma de lermos o verso 1 de Salmo 14 é:  “Diz o insensato no seu coração: Não, Deus.

Não são somente os ateístas que rejeitam Deus, mas pessoas que também sabem que Deus existe, mas que optam por rejeitar a Sua Palavra e a Sua Pessoa. Como o verbo “haver” não está no original (na tradução que diz que o insensato acha que “não há Deus”), outra forma de lermos esse verso é alguém simplesmente dizendo “Não” para Deus: “Não, Deus. Não quero seguir o que a Sua Palavra diz. Prefiro seguir o que a minha intuição me sugere. Não, Deus. Amo mais as minhas próprias concupiscências e inclinações carnais do que o que o Senhor me ensina, para o meu próprio bem. Não, Deus. Não estou interessado na Salvação que o Senhor me oferece, porque acho que sou bom o suficiente para me salvar sozinho. Não acredito na vida eterna, mesmo que o Senhor tenha proporcionado um caminho para que eu tivesse esperança após a morte. Não acredito que existe inferno e não estou preocupado com nada além dessa vida terrena.”

Essa é a visão de quem rejeita a Palavra de Deus. Essa pessoa prefere dizer: “Não, Deus”.

Muitas pessoas têm uma concepção de um Deus que só existe na cabeça delas e, por isso, acham que o Deus que vai julgá-las será esse Deus concebido por elas.  Elas têm as próprias leis e não acham que a Lei de Deus tenha valor algum.

Outro dia, fui estacionar o carro na rua, e havia um espaço para colocar o carro quase na esquina com uma rua transversal. A vaga “disponível” não tinha espaço suficiente para que o carro coubesse antes da faixa de pedestre. Como só um pedacinho da frente do carro ficaria por cima da faixa (e não era nem naquela faixa de linhas paralelas onde as pessoas realmente atravessam, era somente a linha divisória que a precede), pensei: “Ah, não tem problema. Não acho que levarei multa só por colocar uma pequena parte da frente do carro passando por sobre essa faixa divisória. Vou estacionar aqui mesmo.” Essa era a minha concepção da lei do trânsito. Passar só um pouquinho não tinha problema. Qual não foi a minha surpresa ao sair do compromisso, atravessar a rua e, ao olhar para o lugar da vaga, encontrá-la…. vazia! O meu carro havia sido rebocado! Deu um trabalho enorme, levou praticamente todo o dia seguinte para resolver a burocracia e tirar o carro do depósito da Prefeitura… A minha opinião sobre as leis do trânsito de nada valeram. Não sou eu que estabeleço as leis do trânsito. Assim como não sou eu que faço uma determinada concepção de Deus e a sua forma de estabelecer o que é certo ou errado. Devo ouvir o que Ele tem a me dizer.

Deixar de estudar as escrituras e deixar de levar em conta o que Deus nos ensina nos torna não somente incapacitados para levar a Palavra de Deus a outras pessoas mas, também, extremamente suscetíveis a abraçar falsas doutrinas, por desconhecimento e falta de maior conhecimento bíblico.

Precisamos usar toda a armadura de Deus (conforme a passagem de Efésios 6 acima apresentada) para sermos capazes de ‘farejar’ de longe uma falsa doutrina, seita ou heresia, e não nos envolvermos com ela. Precisamos também saber por que elas contrariam a Palavra de Deus porque, se alguém nos perguntar, precisamos saber expor, à luz das escrituras, em que pontos específicos ela vai de encontro aos ensinamentos de Jesus. Há pessoas que, especialmente quando estão em épocas de grande fragilidade emocional, financeira ou afetiva, abraçam doutrinas estranhas, sem sequer perceberem o risco que estão correndo ao abandonar Jesus Cristo como único e suficiente Salvador.

Um site muito interessante para consulta de outras crenças e seus fundamentos é o Centro Apologético Cristão de Pesquisas, em www.cacp.org.br

É muito fácil refutar (e sempre com amor e compreensão, com argumentos racionais) as seitas e heresias, que claramente mostram que foram inventadas por homens e não têm nenhuma inspiração divina. O problema é que Satanás é tão ardiloso que, depois de ver que, para muitas pessoas, não adianta fazer com que elas creiam que Deus não existe, ele partiu para sussurrar, nos ouvidos dos seus respectivos fundadores, crenças que parecem extremamente piedosas aos olhos de quem as vê que, em alguns casos, até mesmo se denominam “cristãs”, mas que negam a eficácia da Salvação. É exatamente aí que mora o perigo. No esforço de marketing de atrair pessoas incautas que já se apegaram à fé cristã (parecendo apenas que estarão mudando para uma outra “igreja”), colocam uma cruz em suas logomarcas (já viu o emblema da Cientologia? Agora tem uma cruz cortando a letra T, para atrair quem nasceu em família cristã). Não existe Jesus Cristo nessa seita, mas pessoas que vêem a “cruz” desenhada em sua logomarca se sentem mais estimuladas para ir conhecer a seita.

Existem religiões que se denominam cristãs” mas negam que Jesus Cristo veio em carne e osso e que ressuscitou. Negam que exista Satanás e um lugar chamado inferno (deixando implícito, portanto, que Jesus é mentiroso). Negam que as escrituras sejam todas inspiradas por Deus e resolvem julgar as próprias escrituras e dizer quais partes estão valendo e quais teriam “erros”. Criaram um “evangelho” próprio, em que o que salva são as boas obras e a caridade, e que o sangue de Jesus derramado na cruz não é necessário, afinal a pessoa reencarnaria inúmeras vezes e sozinha chega à Salvação. Ora, a vinda em carne de Jesus Cristo e a sua ressurreição são aspectos essenciais para que Ele pudesse ser nosso Salvador.

Devemos tomar cuidado com doutrinas inventadas por homens ou por mensagem provenientes de ‘espíritos’ que você não sabe se são obedientes a Deus ou demoníacos. Tudo o que Deus considerou que precisávamos saber já está nas Escrituras Sagradas, a Palavra de Deus.

A segunda carta de Paulo a Timóteo diz:

Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” [2 Timóteo 4:1-4]

O apóstolo João diz:

Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.” [1 João 4]

Se você fez incursões em doutrinas estranhas, ajoelhe-se, peça perdão a Deus, e peça que Ele lhe dê a orientação necessária para voltar à Palavra da Verdade. Leia o site do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, para verificar em que pontos essas outras doutrinas colidem frontalmente com a Palavra de Deus.

Essa incursão de pessoas que já foram pertencentes à fé cristã (ao menos nominalmente) me faz lembrar de um caso curioso na história do bilionário americano William Hearst, que tinha uma vasta e valiosa coleção de arte.

Certa vez, ele estava lendo uma publicação e encontrou a fotografia de uma pintura que ele achou belíssima e que quis fazer tudo para adquirir. Chamou seu assessor mais próximo e o incumbiu de fazer a busca daquela obra de arte, e que não mediria esforços para adquiri-la, que pagaria o preço que fosse necessário.

O assistente saiu, fez diversos contatos, mas não encontrou a pintura em lugar algum do país. Em seguida, Hearst pediu que ele intensificasse os esforços e que, se fosse preciso, ele procurasse a obra até mesmo no exterior, e fizesse tudo que fosse preciso para adquiri-la, e que se o preço fosse alto demais, que entrasse urgentemente em contato com ele para que ele avaliasse o quanto seria necessário e tomasse as providências devidas.

O tempo passou e algumas semanas depois, o assistente informou ao seu patrão: “Sr. Hearst, infelizmente, não poderemos comprar o quadro”. Muito decepcionado, o bilionário respondeu: “Mas como? Não lhe dei todos os recursos? Não lhe pago um alto salário? Como você não conseguiu fazer o que lhe pedi?” Foi quando o seu assistente lhe respondeu: “Sr. Hearst, nós não poderemos comprar o quadro porque… esse quatro já está em sua coleção”…..

Ele já tinha o quadro… e não sabia.

Muitas vezes, pessoas pertencentes a famílias cristãs vão procurar em outras fés coisas que elas sempre tiveram no que já lhes foi ensinado de acordo com a Bíblia. É hora de “procurar o quadro na própria coleção”. Não há nada que precisemos que a Palavra de Deus revelada nas escrituras não nos possa proporcionar.  Jesus Cristo ressuscitado e todos os seus ensinamentos são suficientes.

Por fim, a última forma de comunicar a verdade, além da verdade humilde, a verdade pragmática e a verdade racional é a verdade personificada, que veremos a seguir.

A Verdade Personificada

É de fundamental importância a Igreja viver como uma comunidade e haver maior envolvimento entre os membros, em uma vida de interesse genuíno, amizade, compaixão e apoio nos momentos de necessidade. O amor a Cristo também deve ser expresso na forma do amor ao irmão da Igreja, vivendo o Corpo de Cristo.

O exemplo diário da compaixão, do tratamento ao irmão ou à irmã como se fosse o próprio Cristo, é essencial para que a nossa prática não seja uma fé apenas intelectual e desprovida da vivência prática, como co-participantes do Corpo de Cristo.

Com frequência, a frieza e a prática individualista da religião são percebidas pelas pessoas como algo que não transparece Cristo vivendo em nós. Muitas vezes, nós mesmos somos culpados de pessoas irem buscar em outras crenças afeto e apoio, quando nós deveríamos ser mais atuantes uns com os outros, como irmãos.

O capítulo 10 do livro relata diversas situações de relacionamento dentro da comunidade Gateway (uma Igreja em Austin), em que eles praticam de uma maneira muito intensa esse acolhimento e atenção individual, em pequenos grupos, para maior prática dos preceitos do Reino de Deus.

Lá, mais do que simplesmente o conceito de tolerância, é praticado o conceito da Graça. Tolerância é quando nós “toleramos” o jeito diferente de a outra pessoa ser, mas no fundo estamos fazendo um certo sacrifício, e vivenciando um patente desagrado em nosso íntimo. Graça é quando acolhemos, sem restrições, o jeito diferente da outra pessoa, sabendo que ela ainda está em um processo de busca, que ainda não compreendeu totalmente o que o Evangelho e as escrituras nos pedem, mas querem conviver na Igreja durante esse processo. A Igreja precisa, mais do que de tolerância, é da Graça.
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