[Tradução livre do estudo bíblico Ruth 3 – 4 ministrado pelo Pastor Jon Courson da Applegate Christian Fellowship, em 31/10/2001. Para assistir ao vídeo do estudo – em inglês -, clique no link].
Introdução à parte 2 (sobre os capítulos 3 e 4):
Nos capítulos 1 e 2, vimos duas mulheres sofridas e pobres, que estavam na estrada a caminho de Belém de Judá. Essas duas mulheres eram Noemi – uma senhora judia -, e sua nora Rute – uma moabita. Ambas haviam perdido os seus maridos. Noemi havia morado em Moabe por dez anos, levada por seu marido, dez anos antes, quando havia fome em Israel. Elas deixaram a Terra Prometida – o que não foi uma boa decisão. Eles deveriam ter ficado e orado. Mas eles fizeram o que nós tão frequentemente fazemos: entraram em pânico, não souberam o que fazer, então foram para Moabe, um país pagão, porque lá havia pão. Apesar disso, Moabe era um lugar de muito pecado e carnalidade, e lá, em Moabe, a família sofreu bastante. O marido Elimeleque morreu, deixando Noemi viúva. E os dois filhos que eles tinham – Quiliom e Malon, que haviam tomado esposas moabitas -, também morreram. E agora temos Noemi com suas duas noras, e depois de dez anos, ela resolve voltar para a sua terra: Belém (que significa “casa do pão”) de Judá. Judá significa “louvor”. De volta para a casa do pão e para o lugar do louvor. E Rute decidiu se juntar à sua nora, os seus caminhos e o seu Deus. E quando chegam lá, as pessoas, naturalmente, percebem o quanto Noemi estava desgastada, após a sua estada em Moabe. Noemi dizia para não a chamarem mais de Noemi (que significa “aprazível”), mas de Mara (que significa “amarga”), porque ela havia passado por um grande sofrimento e tinha uma amargura na alma. Isso é sempre o que o pecado fará com todos nós. A Bíblia diz que o pecado proporciona um prazer transitório (Hebreus 11:25), mas no final das contas ele termina em amargor. Note o seguinte: o pecado não é ruim porque é proibido. Ao contrário, o pecado é proibido porque é ruim. Deus sabe o que o pecado faz conosco: nos levará de uma situação aprazível (“Noemi”) para uma situação de sofrimento e amargor (“Mara”).
E agora essa duas viúvas precisam sobreviver. No Antigo Testamento, em Levítico 19, há uma lei determinando que seja permitido que pessoas pobres colham dos cantos das plantações, para sobrevivência, bem como que lhes seja permitido recolher tudo o que os segadores deixassem cair, no momento da colheita.
Então vemos agora essa moabita Rute, que soube por meio de sua sogra, dessa provisão tão maravilhosamente bem estabelecida por Deus na economia israelita. Ela vai ao campo e ocorre que o campo que ela está trabalhando é de um homem chamado Boaz, um homem rico e forte, generoso e íntegro. É um tipo, uma ilustração, de nosso redentor, Jesus Cristo. E Rute está lá, colhendo do que caía. Boaz chega a mandar que os seus segadores deixassem cair bastante, de propósito, para que Rute fosse abençoada e levasse em abundância para ela e para sua sogra Noemi. Noemi fica impressionada e também se lembra que Boaz é seu parente, e na lei judaica havia uma outra provisão dizendo um parente deveria redimir as terras e a viúva de um irmão ou parente falecido, dando-lhe descendência. Esse parente seria chamado um “goel”, ou redentor. E é essa história que esse livro nos conta: Jesus que nos resgata de nossa condição falida. O favor que Ele nos demonstra. O cuidado que tem por nós. E vemos isso acontecendo na história.
Então estamos no Capítulo 3:
1 Disse-lhe Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar-te um lar, para que sejas feliz?
Como uma boa mãe judia, Noemi, que gosta muito de sua nora, faz tudo para ajudá-la, como se fosse uma filha.
2 Ora, pois, não é Boaz, na companhia de cujas servas estiveste, um dos nossos parentes? Eis que esta noite alimpará a cevada na eira.
A colheita da cevada era limpada na eira à noite, por causa da maior incidência da brisa noturna. A colheita era jogada para o alto e o vento ajudava a separar a casca do grão da cevada, pois a palha da cevada se desprende facilmente. A casca – uma espécie de palha – era levada pelo vento – e o grão (a parte boa) caía no chão, em pilhas. O grão seria moído ou vendido ou utilizado como alimentação. Para isso, a palha era antes separada e descartada.
Noemia sabia que Boaz estaria à noite na eira, para limpar a colheita e separar a palha do grão. Depois do trabalho de separação da palha dos grãos, os agricultores celebravam a colheita, cantavam, dançavam, e depois, já de madrugada, dormiam cada um próximo de sua colheita, para proteger a colheita e estar pronto para o amanhecer do dia seguinte.
Noemi sabe disso tudo, Rute era de Moabe e não conhece essas rotinas, nem a lei judaica, até que Noemi lhe desse tais informações. Então Noemi dá todas as orientações a Rute:
Lava-te, pois, e unge-te, e veste os teus vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.
Noemi diria à Rute naquela dia: um novo dia está amanhecendo, filha. E você precisa se preparar para algo grandioso. Você deve se lavar, se ungir e trocar as suas roupas. Rute é uma figura, um tipo, uma ilustração de mim, de você. Porque se Boaz é uma ilustração de nosso Redentor, Jesus Cristo, então Rute é uma figura de Sua noiva, a Igreja, formada, em sua maioria, por pessoas de origem pagã, perdidas. Moabe é mencionada nas escrituras por Deus como Sua “bacia de lavar”. Mas nós fomos redimidos. Quanto a Noemi, ela representa o povo judeu – Israel. De acordo com a Bíblia, há basicamente três grupos no mundo, hoje: os gentios (o mundo), os judeus e os cristãos (a Igreja). A Igreja é formada por ex-gentios e ex-judeus, que foram tirados para fora desses dois grupos para formarem um novo homem (uma nova entidade), como o apóstolo Paulo diria: a Igreja, a noiva de Cristo. Você e eu. Mas isso é para o nosso próximo estudo, a Parte 3.
Nesse ponto, Noemi compreende o que deve ser feito. Manda Rute se banhar, se purificar. Em Efésios 5, dirigindo-se especificamente às esposas, o apóstolo Paulo diz que nós somos lavados pela água que é a Palavra de Deus. Então nós que somos a Noiva, devemos ser lavados pela água da Palavra de Deus. Esta é a maneira que estou me preparando para o que Deus tem para mim, para amanhã, e também para a eternidade. Não importa o que aconteça comigo, eu sei que amanhã é um novo dia e sei que, no final das contas, estou a caminho da eternidade. E nesse caminho, seja para amanhã, seja para a eternidade, eu preciso conhecer e guardar a Palavra de Deus, isso é algo da maior importância. Dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Você é lavado pela água da Palavra. Lidamos com a poluição e imundície desse mundo por meio de um banho continuado nas escrituras. Lave-se na Palavra! Você vem de um longo caminho, mas amanhã será um novo dia.
Rute ouve o que Noemi diz, e não é só para ela se lavar, mas para se ungir, se perfumar. A unção com um óleo, nas escrituras, é sempre simbólica do poder do Espírito Santo. Então o que significa isso? Significa que, além de estudar a Palavra de Deus e nos banhar continuamente com ela, devemos também orar para que o Espírito Santo seja derramado sobre nós, e para que recebamos o poder e a bênção do Espírito Santo. Jesus nos disse para pedir ao Pai pelo dom do Espírito Santo. E é o que nós devemos fazer continuamente. Isso é algo que nos perfuma, que nos unge.
E a terceira coisa que Noemi mandou Rute fazer foi trocar suas roupas, depois do banho e da unção. Rute vestia as suas roupas de viúva. Devemos nos despir desses trapos do luto e jogá-las fora. Isaías 61:3 nos diz que o Senhor nos dá “glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado”. Esta é a roupa que devemos vestir diariamente: vestes de louvor. Devo me desfazer das vestes de angústia e aflição e vestir a nossa melhor roupa, que é qual? As roupas de louvor ao Senhor. Em Salmos 33, o salmista declara que “o louvor ao Senhor convém aos justos, que isso agrada o Senhor”.
A cada dia, posso fazer uma escolha, a de estar em um lugar em que eu sou grandemente abençoado, se eu me lavo água da Palavra, se oro para que Deus derrame sobre mim uma unção fresca e perfumada do Seu espírito, e se também resolvo abandonar a minha atitude de desânimo, meu jeito depressivo, e dizer: vou jogar fora o meu espírito de pesar e vou colocar as vestes de louvor.
E aí alguém poderia me dizer: “ah, isso é forçar a barra”, se eu não sinto vontade de louvar. EXATAMENTE! Você veste a roupa do louvor. E você descobre que ela lhe cai bem, e ela te transforma, ela tem tudo a ver com você. Sabia que se você colocar certos tipos de roupa, em algum momento você se torna aquele tipo de pessoa. Sabe o que quero dizer?
Posso me lembrar quando ganhei o meu primeiro suéter atlético no colégio, um que tem um timbre da instituição. No dia em que o coloquei, saí pelo campus com aquele casaco, e achei que aquilo me caía bem, que tinha tudo a ver comigo, e foi uma experiência muito boa. Você cresce naquilo, em pouto tempo se identifica totalmente.
E foi isso que Noemi disse a Rute, e isso também é para mim e para você. Vamos adiante, gente! Coisas boas estão por acontecer! Retornando então ao verso 3:
3 Banha-te, e unge-te, e põe os teus melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.
“Ei, fique pronta, porque você vai ser abençoada”, disse Noemi a Rute. Mas você não será conhecida até que ele termine de comer e beber. Pergunto a você: quando é que nós, como a Igreja, nos tornamos conhecidos por Cristo, como a Sua Noiva? Você se lembra, na Última Ceia, quando Ele disse: “Tomai, comei; isto é o meu corpo”. E depois tomou um cálice e o deu aos discípulos, dizendo: “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai” (Mateus 26:26-29). Então, naquela última ceia, Ele teve aquela refeição, tomou daquela bebida, e então disse que não beberia o fruto da videira até que estivesse com eles futuramente. E vemos tudo isso simbolicamente revelado, aqui.
4 Quando ele repousar, notarás o lugar em que se deita; então, chegarás, e lhe descobrirás os pés, e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer.
Então, Noemi dizia para que Rute fosse lá com as suas roupas novas, com sua unção perfumada, com seu rosto lavado, e marque o local que ele se deita. E nesse momento, não tenho como deixar de lembrar a passagem em Mateus 28:6, quando Maria Madalena estava a caminho da sepultura, e o anjo a encontrou aquele dia, e disse: “Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (outra tradução diz “repousava”). A tumba está vazia. Veja onde ele estava deitado!
E agora, esse mesmo tipo de mensagem está sendo falado aqui, no livro de Rute: você está lavado, está perfumado, está com novos trajes, não está mais desencorajado e triste, mas está louvando a Deus como deveria. Agora note o lugar que ele deitava. Olhe e veja, a tumba está vazia, Ele ressuscitou! E o texto continua, dizendo:
4 … então, chegarás, e lhe descobrirás os pés, e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer.
5 Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me disseres farei.
Esse é um ótimo verso para qualquer sogra ouvir a sua nora, ou genro, dizer: tudo o que me disser, eu vou fazer. Mas este era o tipo de moça que Rute era. É interessante, porque na Bíblia frequentemente vemos essas duplas de velhos e jovens: Elias e Eliseu, Moisés e Josué, Eli e Samuel. E parece que os jovens têm paixão, e visão, mas os mais idosos têm sabedoria. Às vezes o idoso pode prescindir da paixão, ou da visão. Lembro-me do sacerdote Eli no tabernáculo. O texto diz que a sua visão era turva, e que quando Samuel, o menino profeta que estava lá, em Siloé, sendo treinado por esse sacerdote. Uma noite, Samuel ouviu uma voz, e dirigiu-se a Eli, para saber o que ele queria. Eli respondeu que ele não o tinha chamado e mandou Samuel voltar para a cama para dormir. O mesmo aconteceu pela segunda vez, e Eli disse que ele não tinha chamado Samuel, e novamente mandou que ele voltasse para o quarto dele. Na terceira vez, Eli estranhou e suspeitou que pudesse ser Deus. E por isso orientou a Samuel que fosse para o quarto, mas que se aquilo ocorresse de novo, respondesse: “Falai, respondeu o menino; vosso servo escuta!” (1 Samuel 3:10). Então vemos essa história, em que Eli não enxergava bem, nem ouvia claramente, mas sabia o que Samuel deveria fazer. “Samuel, quando isso acontecer de novo, eis o que você deve fazer”. Vemos coisas grandiosas se desenrolando nas escrituras, onde vemos o velho e jovem trabalhando juntos. Há uma necessidade de ambos, de um pelo outro. E aqui temos Noemi e Rute, onde esta é orientada por aquela. Se você é jovem, extraia sabedoria de sua sogra, de seu sogro, de seus pais ou professores, ou mentores ou pastores ou quem quer que seja. O mais velho se dá conta que há um grande valor no mais novo: a paixão e a visão. E encontra maneiras de permitir que eles se projetem, que fiquem livres, que façam as coisas que Deus colocou no coração deles.
6 Então, foi para a eira e fez conforme tudo quanto sua sogra lhe havia ordenado.
Rute foi à eira, e agora ela terá contato com Boaz. E onde será ela levada ao relacionamento de pacto com Boaz? Na eira. A eira é o local da separação, e o lugar de sacrifício. Se lembra? Em 1 Crônicas 21, vemos que Davi que comprou uma eira para oferecer um sacrifício ao Senhor, e ele foi a Ornã, que era o proprietário da eira, e disse-lhe que queria comprar aquele lugar, onde é o monte do Templo em Jerusalém, para oferecer um sacrifício a Deus. Ornã ofereceu que David tomasse o lugar sem precisar pagar, mas Davi respondeu que não iria oferecer ao Senhor algo que não lhe custasse nada. Davi não queria oferecer um sacrifício barato ao Senhor. “Obrigado, Ornã, mas quero pagar o preço integral pelo local”.
A eira, um local de sacrifício, um local de separação, um local que Davi pagou o preço cheio para ter, para que pudesse oferecer um sacrifício que representasse o seu trabalho, para Deus. Um local onde o grão (da cevada ou do trigo) é debulhado e separado da impureza, da mesma forma que Jesus diria a Pedro aquele dia: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” (Lucas 22:31). Essa ideia de separação, de sacrifício, sempre está ligada à eira. Gideão estava também na eira, lembra? Os midianitas estavam intimidando e dominando o povo de Israel, e Gideão estava se escondendo enquanto limpava o trigo em uma eira improvisada em um lagar, e o um anjo Senhor apareceu eu disse: “O Senhor é contigo, homem valoroso” (Juízes 6:12). Ao que Gideão deve ter pensado: “Quem, eu? Tem certeza?” E o Senhor confirmou que era ele mesmo, e que o usaria poderosamente. Isso aconteceu em uma eira, um local de sacrifício. Porque o negócio é o seguinte. Isto é quando nós realmente conhecemos a Deus, e podemos nos ligar a Ele, e sermos usados por Ele, e experimentar uma intimidade com o Senhor que nós nunca havíamos antes experimentado, talvez: é quando você está sendo padejado, depurado, jogado para cima, cortado ao meio. Na eira. Quando o trigo é separado da palha, quando oramos que tire as porcarias da nossa vida e separe o que for bom, para usar.
Rute, antes, estava em um campo, recolhendo para si mesma. Mas agora ela irá até a eira, oferecer a si própria. Antes, ela estava toda feliz com as porções deixadas pelo segadores, mas agora, nos capítulos 3 e 4, ela não estará mais colhendo para si própria, ela estará oferecendo a sua vida a este que foi tão bom para ela. Na eira. O local de sacrifício, o local de separação. Este é o lugar onde haverá usabilidade em relação à vida de um homem ou uma mulher. “Pedro, Satanás quer te peneirar como trigo! Mas quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” Quando terminar essa fase de provação na sua vida, meu Pai vai usá-lo, você irá fortalecer os irmãos.
Conversei com um rapaz alguns dias atrás, que está sendo “debulhado”, passando por um período duro. Um rapaz muito bacana, com uma esposa que ele amava muito, e filhos. Ama o Senhor, mas uma coisa muito triste aconteceu, e o casamento está enfrentando muitas dificuldades, o inimigo entrou na vida da família dele. É muito triste ouvir uma história assim. E eu disse para ele: ouça, este é o seu momento. Você está na “eira”, no local da “separação”, da “debulha”, do sacrifício. Essas ocasiões acontecem não muito frequentemente na vida de uma pessoa. Você terá a oportunidade, agora que está sendo “debulhado”, se sentindo “batido”, de não ficar no campo colhendo para si próprio, mas oferecer-se a si mesmo, dizer a Deus: “Senhor, eu sou teu. A despeito de esse casamento se recuperar ou não. A despeito de um milagre acontecer ou não. A despeito de as coisas transcorrerem de acordo com os meus desejos, ou com o meu plano. Nesse momento, enquanto sou provado, debulhado, batido, agora eu me apresento aos Teus pés, e eu me ofereço a Ti.” E eu disse a esse amigo: isto é uma grande oportunidade, pois é sempre na “eira”, no pátio de separação e de sacrifício, que há uma oportunidade de todo um novo tipo de construção de intimidade com o Senhor, e que ele deveria aproveitar essa chance, “lavar” o seu rosto na Palavra de Deus diariamente, pedir para o poder do Espírito Santo estar na vida dele, colocar as suas vestes de louvor. ESTE é o seu momento.
E note, leitor, talvez, você seja um daqueles que se sente nessas épocas de tribulação, de “eira”, em que você sente a “debulha” acontecendo em sua vida, se sente jogado para o ar (como a cevada ou o trigo, para cair a casca e a palha). Ouça: sempre que isso acontecer com você: esta é a oportunidade de ser grandioso. É uma oportunidade que fazer algo, em momento não tão frequente, de fazer algo para o Senhor. Não para receber algo d’Ele, mas para fazer algo para Ele, entregar-se a si próprio para Ele. Para dizer: Senhor, vá adiante e faça o que quiser da minha vida. E seja glorificado nisso.
E Rute está naquele dia, nesse lugar – a eira. Não mais para receber dele, mas para oferecer a si própria para ele.
7 Havendo, pois, Boaz comido e bebido e estando já de coração um tanto alegre, veio deitar-se ao pé de um monte de cereais; então, chegou ela de mansinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou.
Observe, não há nada de imoral nisso, isso não é um filme proibido para menores. Ela chega quieta, tira a coberta dos pés de Boaz e se deita junto aos pés dele. Junto aos pés. João Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus”, no Evangelho de João, e nessa passagem dizia que ele disse isso sobre Jesus enquanto ele vinha para ele, caminhando. Veja o jeito que ele anda, veja as suas pegadas, Ele é o Cordeiro de Deus. Quando vejo o jeito que Jesus caminhou na vida, com integridade e humildade, com honestidade e compaixão, com misericórdia e verdade andando juntas, eu vejo o Seu andar e penso: quero colocar a minha a seus pés, também. Vejo esses pés, e vejo um orifício neles, uma cicatriz por causa das feridas dos pregos na cruz. E me dou conta que Ele andou de um jeito tão certo, e um dia Ele foi para a cruz, e entregou a vida por mim, derramou o Seu sangue por mim, para que eu pudesse ser perdoado e limpo dos meus pecados. Como não entregar a minha vida aos Seus pés, agora? Eu gosto do jeito que viveu, Senhor, só o Senhor tem as palavras da Vida Eterna, e eu fico impressionado com a forma que o Senhor morreu, quando tomou o meu lugar na cruz do calvário. Rute, a noiva, se deita aos pés de Boaz.
8 Sucedeu que, pela meia-noite, assustando-se o homem, sentou-se; e eis que uma mulher estava deitada a seus pés.
9 Disse ele: Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és resgatador.
Rute soube que Boaz era um parente redentor (um goël) pela sua sogra, Noemi, e soube que ele poderia resgatá-las. Ela tem essa oportunidade e se dirige a Boaz pedindo para ele estender a capa dele sobre ela. Novamente, isso não tem nada a ver com imoralidade, isso era um símbolo de estar sob a autoridade dele, de estar coberta pelo resgate que ele poderia exercer. Na bainha inferior da capa (ou manto), havia uma orla com nós, que estava costurada de uma tal forma que indicaria a posição e autoridade, proeminência e prosperidade do que vestia a capa. Na época, algumas assinaturas de contratos eram feitas até mesmo com o uso da borda da capa, que era aplicada em tabletes de argila, e assim autenticaria a assinatura de algum acordo.
Como exemplo dessa questão, há uma passagem bíblica em que bem depois (1 Samuel 24:4), quando Davi teve a oportunidade de degolar Saul quando o encontrou dormindo em uma caverna em Em-Gedi e, ao invés de matá-lo, ele cortou a orla do seu manto, basicamente querendo dizer que posição de autoridade e poder que Saul tinha estava sendo cortada. E é por isso que depois, Davi se arrependeu porque também não deveria ter feito isso. Alguém poderia dizer: puxa, Saul estava perseguindo Davi o tempo todo, querendo matá-lo, e Davi só cortou a orla de seu manto, quando poderia ter tirado a sua vida. O que tem de errado nisso? Na realidade, foi bem mais do que cortar a orla do manto. Foi algo mais ou menos parecido que alguém remover as estrelas e condecorações do uniforme de um general. Aquilo representa a própria posição de autoridade e de honra, é um ato simbólico.
É por isso que na época de Jesus, a mulher com o sangramento queria tocar na borda da orla do manto de Jesus, porque aquilo dizia respeito à posição de Jesus, ao seu poder, à sua proeminência, demonstrando que ela acreditava em quem ele era, na autoridade que ele tinha. Não era algo tão simples como tocar na franja de um pedaço de roupa, era algo muito simbólico, na época, e que dizia respeito à mulher demonstrar acreditar que Jesus era quem ele alegava ser, e estar em conexão com aquela autoridade. E ela tocou na orla do manto e foi curada imediatamente.
Em Isaías 6:1, lemos que no ano em que o rei Uzias morreu, Isaías “viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo”. Isso significa que a autoridade do Senhor é muito grande, e que ali cabem muitas pessoas. Todo mundo. Essa é a ideia. As abas se estendem para incluir você, se estendem para incluir a mim. As abas das vestes d’Aquele que tem autoridade, poder e beleza, vão se estender até a mim, e eu sou de Moabe, tenho estado perdido por aí, vagueando pela “bacia de lavar”. Senhor, as suas vestes são grandes o suficientes, elas vão se estender o suficiente, para me acolher? Sim. Sim, mil vezes, sim. As abas das vestes do Senhor enchiam o tempo. As escrituras dizem que nós somos o templo, do verdadeiro Senhor. Elas cobrem a todos nós que somos salvos e que queremos estar sob a autoridade d’Ele. E é isso que está implícito quando Rute pergunta a Boaz se ele pode estender a capa dele sobre ela. O que ela ouve dele não é “sinto muito, senhora, você é uma moabita”, ou “lamento, senhora, você não é o meu tipo”. O que ele diz é bem diferente, como veremos no versículo 10.
10 Disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos.
Ele já havia ficado impressionado com ela, ao ver o seu trabalho nos campos, e ficou mais impressionado ainda, ao vê-la pedindo que estendesse a capa dele sobre ela, que passasse a ser a autoridade sobre ela, e que não fosse procurar homens mais novos que ele, fossem ricos ou pobres. E ficou também fascinado com o pedido dela.
Podemos até pensar: e quem não procuraria Boaz, na situação dela? Mas Boaz sabe que ela tinha outras escolhas, e que ela havia feito a sua escolha. O nosso Senhor (Jesus), o nosso Boaz, tem tudo. Todas as coisas foram feitas por Ele e para Ele. Mas há uma coisa que Ele deseja muito: uma noiva. E essa noiva é você, sou eu, somos nós. Ele possui e cria tudo. Mas o que Ele mais deseja é a intimidade. Ele sabe que há escolhas. Ele sabe que neste momento, você não precisaria estar aqui. Você poderia estar seguindo outros, estar se divertindo com as coisas do mundo. Mas você escolheu seguir a Jesus, a se interessar pelas coisas que dizem respeito a Ele. Escolheu se sentar aos pés de Jesus, e ouvir sobre Ele, ouvir de Sua Palavra, cantar músicas de louvor e gratidão, estar simplesmente na presença d’Ele. Mesmo que às vezes tenha que ser na eira, mesmo que haja dificuldades. E o Senhor diria a você, e diria a mim, esta noite: abençoado seja você, que escolheu a mim, que você não tenha ido fazer outras coisas neste momento, e não tenha seguido outros. Bendito seja você, que escolheu estar sentado sob os meus pés.
11 Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa (ou como outras traduções em inglês apresentam: uma “noiva digna”).
Em outras palavras, ele queria dizer que ele não iria apenas “tolerá-la”, ou que seria obrigado a exercer a obrigação de parente remidor, mas ele está extasiado, extremamente feliz. E com toda honestidade: este é o sentimento do Senhor por nós. Um amor verdadeiro, uma alegria enorme. E que aquilo que nós estivermos precisando, Ele fará por nós. Alegremente. Mesmo sendo uma “moabita”, alguém ostracizada pelo povo dele, alguém sem nenhuma linhagem nobre.
12 Ora, é muito verdade que eu sou resgatador; mas ainda outro resgatador há mais chegado do que eu.
Ôpa!!! Um problema! É como se houvesse um artista bonito (por exemplo, um Tom Cruise) fazendo o papel de Boaz, e houvesse um outro parente mais próximo para ser o redentor, por exemplo, o Dani De Vito. Problema! É como se ele dissesse: “Estou muito contente de fazer o que você me pede, eu quero fazer isso, mas… há um outro parente mais próximo que tem o direito de primeira recusa e precisa ser consultado”.
13 Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã, se ele te quiser resgatar, bem está, que te resgate; porém, se não lhe apraz resgatar-te, eu o farei, tão certo como vive o SENHOR; deita-te aqui até à manhã.
14 Ficou-se, pois, deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que pudessem conhecer um ao outro; porque ele disse: Não se saiba que veio mulher à eira.
Ela estava sob os seus pés, e ela se levantou antes de o sol raiar. Aliás, isso é uma ótima coisa de se fazer. Estar aos pés do Senhor antes de nos levantamos da cama, antes mesmo do dia amanhecer e começarmos as nossas tarefas. Antes de pensarmos em escovar os dentes, ou de pentearmos o cabelo ou cuidar da aparência, ou mesmo de tomar o café da manhã, é estar na presença do Senhor. Ela estava lá, aos pés de Boaz. Nada imoral, nada inapropriado, mas quietamente aguardando.
15 Disse mais: Dá-me o manto que tens sobre ti e segura-o. Ela o segurou, ele o encheu com seis medidas de cevada e lho pôs às costas; então, entrou ela na cidade.
16 Em chegando à casa de sua sogra, esta lhe disse: Como se te passaram as coisas, filha minha? Ela lhe contou tudo quanto aquele homem lhe fizera.
17 E disse ainda: Estas seis medidas de cevada, ele mas deu e me disse: Não voltes para a tua sogra sem nada.
Boaz mandou seis medidas de cevada para Noemi, que era judia, e entenderia algo desta mensagem. Rute não é judia, e não viu nenhum significado ali. Noemi entendeu que Boaz estava querendo transmitir uma mensagem.
18 Então, lhe disse Noemi: Espera, minha filha, até que saibas em que darão as coisas, porque aquele homem não descansará, enquanto não se resolver este caso ainda hoje.
A mensagem era: Boaz não descansaria enquanto não alcançasse o seu objetivo, que era redimir Rute. Como é que Noemi sabe disso? Porque seis é o número de dias que Deus trabalhou durante a Criação, e descansou no sétimo. Então Boaz não descansaria enquanto o assunto não fosse resolvido, de trazer Rute para o lado dele, como sua noiva.
Capítulo 4:
1 Boaz subiu à porta da cidade e assentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz havia falado ia passando; então, lhe disse: Ó fulano, chega-te para aqui e assenta-te; ele se virou e se assentou.
A porta da cidade era o local em que as transações eram feitas, havia espaço para fazer negócios. Era o local em que os anciãos da cidade se sentariam e deliberariam sobre negócios, e ali exerceriam a sua autoridade.
2 Então, Boaz tomou dez homens dos anciãos da cidade e disse: Assentai-vos aqui. E assentaram-se.
Dez é o número de completude, é o número mínimo que os judeus estipulam para se iniciar uma sinagoga, por causa desta passagem. Dez é o número da Lei completa.
3 Disse ao resgatador: Aquela parte da terra que foi de Elimeleque, nosso irmão, Noemi, que tornou da terra dos moabitas, a tem para venda.
4 Resolvi, pois, informar-te disso e dizer-te: compra-a na presença destes que estão sentados aqui e na de meu povo; se queres resgatá-la, resgata-a; se não, declara-mo para que eu o saiba, pois outro não há senão tu que a resgate, e eu, depois de ti. Respondeu ele: Eu a resgatarei.
Ele estava explicando que Noemi estava de volta, e que havia uma propriedade que era da família dele e que poderia ser resgatada, por determinado preço, se esse fulano, como o parente redentor mais próximo, quisesse exercer esse direito.
5 Disse, porém, Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, também a tomarás da mão de Rute, a moabita, já viúva, para suscitar o nome do esposo falecido, sobre a herança dele.
6 Então, disse o resgatador: Para mim não a poderei resgatar, para que não prejudique a minha; redime tu o que me cumpria resgatar, porque eu não poderei fazê-lo.
Boaz deve ter pensado: ah, que ótimo!
E quem seria esse parente mais próximo? Se Boaz é um tipo de Jesus, e Rute um tipo da Noiva (a Igreja), quem seria esse redentor mais próximo, esse que veio primeiro? Tudo indica que seja o Antigo Pacto, a Lei, tipificada por dez homens. Direitos legais, mas incapaz de fazer o trabalho. Preocupado com a terra, mas não conseguia lidar com as pessoas. Interessante. Esse parente mais próximo deve representar a Lei. A Lei foi dada. E ela é justa, boa, mas o problema é que ela não consegue lidar com pessoas como nós, porque nós somos pecadores. A Lei diz como nós deveríamos viver. A Lei diz como as coisas deveriam acontecer. Mas o problema é: não a cumprimos adequadamente. Nós deixamos a peteca cair. Em 1 Coríntios 15:56, o apóstolo Paulo declara que “a força do pecado é a lei”. O problema é que o pecado é forte em mim e em você, porque quanto mais lemos a Palavra de Deus, mais nos damos conta que estamos perdidos, que tudo envolve muito as atitudes do coração, e que a coisa é muito mais complicada do que apenas se comportar de determinada maneira. Quanto mais lemos as Leis de Deus, concluímos que somos pecadores e que precisamos de um redentor, alguém que nos salve dessa situação. A Lei é boa, mas eu não sou, ela só mostra o quanto eu sou mau. Esta é a ideia aqui.
Lembro-me quando eu estudava na escola bíblica, um colega que trabalhava como pastor de jovens veio conversar comigo e confidenciou: eu realmente amo o ministério cristão, mas eu não aguento muito as pessoas. É algo mais ou menos parecido aqui: quero muito a propriedade, o lado da organização, do estudo, mas não gosto muito das pessoas. Nós rimos, e eu lhe disse: você tem um problema. E ele respondeu: é, eu sei. Depois ele se tornou um executivo, mas isso é um outro assunto.
Prosseguindo o nosso texto:
7 Este era, outrora, o costume em Israel, quanto a resgates e permutas: o que queria confirmar qualquer negócio tirava o calçado e o dava ao seu parceiro; assim se confirmava negócio em Israel.
Em Deuteronômio 25:9, a mulher que não é redimida tem o direito de cuspir no rosto do cunhado (ou parente) que não quisesse exercer essa função de resgatador.
O calçado diz respeito à possessão. Em Josué 1:3 Deus disse a Josué, que onde ele colocasse a sola do seu pé, que seria dele, como havia dito a Moisés. Em Josué 3:13, Deus disse que José colocasse os pés no Rio Jordão, que as águas iriam se partir. Diz respeito à posse, ao controle. Então, quando alguém entregasse o sapato, estava dizendo: “não quero esta possessão”, “não quero estar em controle dessa situação”.
[Nota do tradutor: no versículo 7, quando Rute descobre o pé de Boaz e se deita sob os seus pés, ela também está demonstrando querer ficar sob a autoridade de Boaz, ou seja, sugerindo que ele a despose no futuro, que ela seja sua ‘propriedade”, como marido e mulher são um do outro.]
Jesus teve o seu calçado tirado, e as pessoas cuspiram em seu rosto. Não que Jesus não quisesse ser o redentor, mas as pessoas não queriam que Jesus governasse sobre elas. E o privaram de seus sapatos, e de suas roupas, cuspiram em seu rosto. Ele foi o resgatador (goël) rejeitado.
Nosso texto, em Rute, não diz se Rute cuspiu no rosto do fulano, e nem diz se Rute estava presente neste momento.
8 Disse, pois, o resgatador a Boaz: Compra-a tu. E tirou o calçado.
9 Então, Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois, hoje, testemunhas de que comprei da mão de Noemi tudo o que pertencia a Elimeleque, a Quiliom e a Malom;
10 e também tomo por mulher Rute, a moabita, que foi esposa de Malom, para suscitar o nome deste sobre a sua herança, para que este nome não seja exterminado dentre seus irmãos e da porta da sua cidade; disto sois, hoje, testemunhas.
Jesus não apenas foi o nosso resgatador, mas continua sendo. Ele continua nos redimindo. Ele nos redime todos os dias, colocando o seu manto sobre mim, chamando-me para o seu lado, reconhecendo-me como Sua noiva. Todos os dias, dia após dia, ele continua a nos redimir, e redime a você também. Não somente quando nos convertemos, mas hoje também, salvando-nos da nossa própria estupidez, de nosso próprio pecado, de nossa própria fraqueza. Ele nos adquiriu com o Seu sacrifício no Calvário, e se apresentou para nos resgatar, com o seu próprio sangue.
11 Todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o SENHOR faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa de Israel; e tu, Boaz, há-te valorosamente em Efrata e faze-te nome afamado em Belém.
12 Seja a tua casa como a casa de Perez, que Tamar teve de Judá, pela prole que o SENHOR te der desta jovem.
13 Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o SENHOR lhe concedeu que concebesse, e teve um filho.
14 Então, as mulheres disseram a Noemi: Seja o SENHOR bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste.
15 Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor do que sete filhos.
Não só houve um redentor para Rute e Noemi, mas também um filho foi dado a Noemi. A mesma Noemi que um dia havia dito que o nome dela passara a ser “Mara” (amarga), é a mesma Noemi que Deus ainda não havia terminado de lidar, e que a abençoou ricamente com um filho para criar, por meio de Rute. Esse filho se chamou Obede, que significa “adorado”.
16 Noemi tomou o menino, e o pôs no regaço, e entrou a cuidar dele.
17 As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E lhe chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi.
18 São estas, pois, as gerações de Perez: Perez gerou a Esrom,
19 Esrom gerou a Rão, Rão gerou a Aminadabe,
20 Aminadabe gerou a Naassom, Naassom gerou a Salmom,
21 Salmom gerou a Boaz, Boaz gerou a Obede,
22 Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.
Para quem não sabe, Salmon se casou com Raabe, que era uma prostituta. Um outro ponto digno de nota é que nessa genealogia, há dez gerações descritas, de Perez até Davi. Perez era o filho ilegítimo nascido de Judá, filho de sua nora Tamar. Para quem não se lembra da história, Tamar se vestiu como prostituta porque Judá não estava cumprindo sua responsabilidade de dar o seu terceiro filho em casamento à sua nora viúva Tamar. Judá não reconheceu Tamar e da relação que teve com ela, achando que era uma prostituta, nasceu um filho. Quando Judá soube que Tamar estava grávida, disse que ela deveria ser morta, porque teve um filho de maneira ilegítima. Nessa ocasião, Tamar mostrou quem havia sido o pai, mostrando o anel e o cajado do homem que havia tido relações com ela, e todos reconheceram que era Judá. Toda essa história é muito interessante, mas estou contando isso para dizer o seguinte: devido ao filho ilegítimo, precisariam passar dez gerações para que um filho ilegítimo pudesse entrar no tabernáculo. Contando o número de gerações aqui, vemos que transcorreram dez gerações. Deuteronômio capítulo 23 diz que o filho ilegítimo não pode entrar no templo até se passarem dez gerações, e a décima geração é Davi.
Então um ponto interessante que vemos, é que em Gênesis está escrito 49: o cetro não se arredaria de Judá. Portanto, de Judá viria o rei, o cetro significa realiza. E agora vemos dez gerações vindo antes de Davi, descendente da tribo de Judá. Na história em que Saul foi corado rei, Saul era da tribo de Benjamim. Não havia descendente de Judá habilitado para ser rei. Era o plano de Deus dar um rei ao Seu povo, mas eles ficaram impacientes, e tiveram um rei antes do momento certo: Saul, que foi um desastre. Era um homem muito vistoso, mas foi um desapontamento e um problema para Israel. Uma lição simples, aqui: espere pelo tempo de Deus, não seja impaciente. Se Israel tivesse esperado só um pouco mais, até a geração seguinte, Israel teria tido o homem certo, que Deus havia pensado o tempo todo. Mas ainda assim, o plano de Deus se concretizou. De Davi (o cetro não sairia de Judá), viria Jesus, o Rei dos Reis.
Esperar no Senhor, confiar no Senhor, que Ele nos ama e que vai agir na hora certa, é o que devemos fazer. Ele é o nosso Goël. Temos que ficar sob os seus pés, e mesmo que estejamos na eira, nos sentimos como sendo padejados e debulhados, nós devemos confiar em Deus. E Ele vai cuidar de mim, e vai cuidar de você também. Garantido.
Muito bem interpretada,meus parabens!!!
Muito Bom, gostei da maneira sóbria a qual foi abordada a linda história de Rute.
Luiza
nossa fui edificada com esse estudo obgd
Este estudo é edificante
maravilhoso estudo. Deus é bom demais. Parabéns.
Republicou isso em jesusavedme.
Este estudo é muito edificante
Palavra esclarecedora e abençoadora !
Como esse estudo foi bom pra mim!! Deus lhe abençoe com sabedoria e discernimento sempre.
Deus te abençoe ótimo estudo.fui edificada RSS
Ótima abordagem. Parabéns!!!
Uma história, aprendizado para todos, edificante! Glória a Deus pela sua vida!
Glorificado seja o nome do eterno, ameiiii,que aprendizado
Maravilho!
que bela interpretação, que maravilha!