O capítulo 12 do livro de Apocalipse contém uma série de visões, repletas de simbologia, o que torna a compreensão do livro um tanto desafiante. Para quem se interessa pela compreensão da cronologia dos acontecimentos do fim dos tempos, este capítulo de Apocalipse contém informações muito relevantes. Apocalipse 12 dá uma visão geral dos eventos do livro inteiro.
Veja só os versos 1 e 2:
“Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz.” [Apocalipse 12:1,2]
Este sinal aconteceu, nos céus visíveis, em 23 de setembro de 2017, com toda a riqueza de detalhes. Um sinal que, com a configuração exata descrita, nunca aconteceu depois que o livro de Apocalipse foi escrito. Já aconteceu cerca de três vezes, nos últimos séculos, de forma semelhante, mas não em sua totalidade.
A seguir, explicamos como o sinal foi formado, utilizando conhecimentos da astronomia. Nada disso tem a ver com astrologia.
Naquela data:
- o Sol transitava na constelação de Virgem (a “mulher”), ou seja, estava “vestida com o sol”;
- a Lua estava “aos seus pés”;
- o planeta Júpiter (conhecido em várias culturas como o “planeta-rei”) estava no meio da constelação, no local semelhante à barriga da figura feminina;
- Júpiter havia ficado naquela posição, e em movimento direto e, em seguida, retrógrado, por aproximadamente 9 meses (tempo de uma gestação);
- sobre a cabeça da “mulher” estavam, não somente, as 9 estrelas que compõem a constelação de Leão (que sempre estão naquela posição, em relação à constelação de Virgem) mas, também, passavam por aquela região (constelação de Leão, acima da cabeça) três planetas: Marte, Mercúrio e Vênus, totalizando 12 corpos celestes que formaram uma espécie de “coroa” sobre a cabeça da “mulher”.
O planeta Júpiter transita próximo da constelação de Virgem a cada 12 anos e, por isso, configurações parecidas com essa não são incomuns. Contudo, em todas as outras vezes em que algo semelhante ocorreu, ou o planeta Júpiter tinha passado próximo da figura da mulher (ou seja, ao lado do “braço”, fora da região do “ventre”), ou não tinha ficado naquela posição por 9 meses, ou não havia os 12 corpos celestes sobre a “cabeça” da figura de mulher da constelação, ou a Lua não estava naquela posição. Essa conjunção exata da descrição de Apocalipse 12:1-2 foi um grande sinal nos céus, pelas suas características únicas e pela sua raridade, no conjunto de detalhes perfeitamente cumpridos. Este foi, sem dúvida alguma, o ‘Grande Sinal’ de Apocalipse 12:1-2.
Ao perceberem o perfeito cumprimento das características astronômicas descritas nos versos 1 e 2 de Apocalipse 12, muitos cristãos que se interessam pelos eventos do fim dos tempos pensaram na possibilidade de o Grande Sinal, que ocorreu durante a Festa de Trombetas (Yom Teruah) do calendário hebreu, fosse o início de um conjunto de 7 anos que precederia a 2ª Vinda de Cristo. Contudo, esse não foi o caso.
O que esse ‘Grande Sinal’ significou?
Como os eventos descritos no capítulo 12 de Apocalipse estão em ordem sequencial, isso significa que todos os demais sinais descritos no capítulo 12 não poderiam acontecer antes do ‘Grande Sinal’. Tecnicamente, isso significa que já estamos ‘nas páginas’ do livro de Apocalipse, porém não significa que os demais eventos já tenham sido deflagrados. A ‘largada’ de uma cronologia contínua não foi dada pelo ‘Grande Sinal’, que só teve o objetivo de nos dar um sinal de alerta, nos dizendo para ter atenção.
Qual será o próximo sinal, que nos fará perceber que os eventos de Apocalipse foram deflagrados?
Muitos estudiosos de escatologia acreditam que haverá uma ‘tribulação de 7 anos’, que seria deflagrada pela assinatura de um ‘acordo de paz’ pelo Anticristo. Não concordamos com essa interpretação porque a consideramos resultado de um entendimento equivocado de Daniel 9:27, o que já explicamos em nosso artigo sobre esse tema, que pode ser lido aqui. Recomendamos a leitura desse artigo, porque a maior parte dos autores de livros sobre escatologia estão aguardando a assinatura do tal acordo de paz, pelo Anticristo, o que é um entendimento errôneo.
Outros estudiosos entendem que o que deflagrará a contagem dos últimos 7 anos antes da 2ª Vinda de Cristo será o aparecimento das Duas Testemunhas de Apocalipse. Concordamos que, de fato, o início do ministério das Duas Testemunhas será 1260 dias antes da morte delas e 1263,5 dias antes da Abominação Desoladora, dia em que Anticristo será coroado no Templo, dizendo ‘ser Deus’. Como sabemos que a Abominação Desoladora (e o reinado da Besta) acontece exatamente 1260 dias (42 meses, ou três anos e meio) antes da 2ª Vinda de Cristo, então o ministério das Duas Testemunhas começa 2523,5 dias antes da 2ª Vinda, ou seja, aproximadamente 7 anos antes. Contudo, nada nas escrituras nos diz que todo o período de ministério das Duas Testemunhas de Apocalipse terá visibilidade pública. Assim como o ministério de João Batista e o ministério do próprio Cristo, houve uma época em que ambos tiveram discípulos mas não tinham uma projeção pública, mas sim um ministério para um grupo privado de discípulos. Nada nas escrituras nos diz que o início do ministério das Duas Testemunhas será um ‘sinal’ para que os crentes entendam que o período de 1260 dias, do ministério delas, teve início. Portanto, sim, quando elas começarem o próprio ministério, de fato faltarão 1263,5 dias para o dia da coroação da Besta (Anticristo), mais 1260 dias para a 2ª Vinda de Cristo. No entanto, se o início do ministério das Duas Testemunhas não é um sinal para nós, podendo perfeitamente ser um ministério privado nos primeiros meses ou anos (mais voltado para a preparação de israelitas para posteriormente se tornarem parte dos 144.000 de Israel), nós não devemos esperar a aparição pública das Duas Testemunhas como um sinal de que os 7 anos antes do retorno de Cristo tiveram início. Provavelmente, nós veremos as Duas Testemunhas, porém quando elas se manifestarem para nós, boa parte do tempo de ministério delas (1260 dias) já terá transcorrido.
O que o capítulo 12 de Apocalipse nos diz que será o sinal para que percebamos que os eventos subsequentes foram deflagrados, será o Sinal do Dragão. Este, sim, é o sinal que nos fará saber que o (primeiro) arrebatamento dos crentes está em vias de acontecer, e que o 1º Selo de Apocalipse está prestes a ser aberto (logo após o 1º arrebatamento). Quando o ‘Sinal do Dragão’ acontecer, poderão restar apenas poucos meses (menos de 7 meses) para o início do reinado da Besta. Entre a data da abertura do 1º Selo e a data da Abominação Desoladora (coroação do Anticristo), haverá a abertura dos primeiros 4 Selos de Apocalipse, quando vários eventos acontecerão, em rápida sucessão. Durante esses meses iniciais que precedem o início do reinado da Besta (Anticristo), a maior ameça aos crentes que estiverem na Terra (grupo formado pelos novos convertidos, pelos 144k de Israel e aqueles que já eram crentes antes do 1º arrebatamento mas que, por alguma razão, não tiveram os seus corpos transformados nem foram arrebatados) não será o ‘7º Rei’ (a pessoa que após a sua ressurreição e transformação em 8º Rei, ao ser possuído por Apóliom, passando a ser o ‘Anticristo na versão 2.0’), mas o sistema da ‘Prostituta’ e os ‘habitantes da Terra’ que a seguem.
O que será o Sinal do Dragão e como saberemos que ele ocorreu?
O Sinal do Dragão será o que é descrito em Apocalipse 12, nos versos 2 a 5. O ‘Grande Sinal’ de Apocalipse foi descrito nos versos 1 e 2, e apareceu nos céus estrelados, como um sinal de alerta. Dali em diante, os resto dos eventos aparentemente não serão ilustrados por sinais astronômicos, mas ocorrerão na Terra. A ‘mulher’ tendo dores de parto e gritando para dar à luz significa Israel sendo invadida ou entrando em guerra ou grave conflito. O ‘Dragão’ lançando as estrelas do céu com a sua cauda, na Terra, significa Satanás enviando, para a Terra, um terço de seu exército de anjos caídos. O ‘Sinal do Dragão’ será, portanto, uma combinação de dois sinais bastante relevantes e inequívocos: uma guerra de graves proporções em Israel, somada a uma manifestação de anjos enviados por Satanás. Não sabemos como eles irão se manifestar mas, quando isso acontecer, nós certamente saberemos. Poderá ser a aparição de seres que aparentem ser ‘anjos de luz’, que vieram para ‘ajudar’ a humanidade, na Terra, ou mesmo uma manifestação interpretada como de seres de outra dimensão / ‘alienígenas’. A guerra em Israel e o fenômeno dos anjos de Satanás na Terra (seja lá como isso irá ser percebido) serão o ‘Sinal do Dragão’. Este sinal é que será a evidência inequívoca de que os eventos Apocalipse terão sido deflagrados, e não um ‘acordo de paz’ nem a aparição das Duas Testemunhas logo no início do ministério delas, já que isso poderá ocorrer somente para um círculo restrito de discípulos israelitas.
Logo em seguida ao Sinal do Dragão, o ‘filho’ da ‘mulher’ ‘nasce’ (equivalendo à transformação dos corpos dos crentes vivos em corpos imortais e incorruptíveis), o Dragão tenta devorar esse ‘filho’ (não tendo sucesso) e, em seguida (acreditamos que 8 dias depois), o ‘filho’ será arrebatado para Deus e o Seu trono, o que corresponderá ao primeiro arrebatamento dos crentes. Esse conjunto de crentes arrebatados aparecerá no céu como parte do grupo simbolizado pelos ’24 anciãos’, que aparecem diante do trono de Deus, em corpos glorificados. O Cordeiro (Cristo) só toma o pergaminho das mãos do Pai e abre o 1º Selo de lacre, do pergaminho, após essa cena do grupo dos 24 anciãos, no céu. Esse grupo só se torna completo após o 1º arrebatamento, que é o arrebatamento do ‘filho varão’.
Em seguida, o resto da história de Apocalipse se desenrola. Os Selos de Apocalipse começam a ser abertos e, mais adiante, outros crentes também aparecerão no céu, seja via morte (os mártires da Prostituta, os mártires da Besta), seja via arrebatamento (os 144k de Israel, as Duas Testemunhas, os ‘vencedores’ sobre a Besta). Quando o último crente for levado ao céu, as ‘portas’ do céu serão fechadas, a era da salvação pela graça através da fé terá terminado, e começará o derramamento da ira de Deus, na Terra, sobre o reino da Besta. Pouco tempo depois (algumas semanas ou, mais provavelmente, alguns meses), acontecerá a 2ª Vinda visível e gloriosa de Cristo. A Bíblia não informa quando começa o Dia do Senhor, que se inicia com o derramamento da ira de Deus.
Conclusão
O ‘Grande Sinal’, que apareceu nos céus estrelados em 23/09/2017, na forma de um raríssimo alinhamento astronômico, foi o primeiro sinal mostrado em Apocalipse 12. Ele não significou que um período de 7 anos até a 2ª Vinda visível e gloriosa de Cristo começou, mas que os eventos de Apocalipse poderiam começar a ocorrer a qualquer momento, a partir do ‘Grande Sinal’.
Antes do ‘Grande Sinal’, o início dos eventos de Apocalipse não teria sido possível, porque não respeitaria a sequência de eventos mostrada em Apocalipse 12. O ‘Grande Sinal’ foi um sinal de alerta, literalmente, de proporções astronômicas. Ninguém poderia forjar ou falsificar um sinal como aquele.
O sinal que fará com que os crentes do tempo presente saibam que os eventos de Apocalipse realmente foram deflagrados, e que o 1º Selo de Apocalipse está bem próximo de ser aberto, será o ‘Sinal do Dragão’, que é o sinal para o qual os crentes realmente devem estar atentos. Uma guerra em Israel e a manifestação de seres extradimensionais, seja de que forma for, será o sinal que nos indicará que o 1º arrebatamento dos crentes está prestes a acontecer, e que, em um intervalo de poucos dias, o 1º Selo de Apocalipse será aberto.
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