As Festas do Senhor e as colheitas de almas, parte 5: as uvas

Nas postagens anteriores, falamos das Festas de peregrinação em Israel e as suas correlações com as colheitas agrícolas, a saber:

  • as primícias da cevada durante a Páscoa, na Festa das Primícias;
  • as primícias do trigo na Festa de Pentecostes (Shavuot); e
  • as dedicação da colheita inteira do ano, incluindo as azeitonas e outras frutas, na Festa de Tabernáculos (Sucot).

Das sete festas determinadas por Deus no Antigo Testamento, essas eram as três “festas de peregrinação”, ou seja, aquelas em que todos os israelitas deveriam, obrigatoriamente, “aparecer diante de Deus”, indo a Jerusalém, para as celebrações no Templo. Vimos, nos textos anteriores, que essa reunião de pessoas nessas datas específicas são sombras e figuras de eventos proféticos que iriam acontecer no futuro. Por exemplo, a ressurreição de Jesus exatamente na Festa das Primícias (em que as primícias da cevada plantada no início da primavera eram dedicadas a Deus, como garantia de toda a colheita), a descida do Espírito Santo sobre os 120 discípulos na Festa de Pentecostes (em que as primícias da colheita do trigo, em forma de dois pães levedados, eram dedicadas a Deus), e a Festa de Tabernáculos (em que o restante da colheita do ano, incuindo as frutas, eram dedicadas a Deus).

Nas festas das primícias, eram dedicados / consagrados a Deus somente os primeiros frutos, ou primícias, da respectiva colheita. Não era ainda o momento da colheita principal, que aconteceria alguns dias ou semanas depois, conforme o tipo de cultivo.

Vimos, ainda, que todas as colheitas, seja qual fosse a semente, deveria ter três fases: a dedicação das primícias (primeiros frutos), a colheita principal e a coleta das sobras, como era determinado no Antigo Testamento. Isto é importante, nos estudos sobre profecias bíblicas, para compreender a dedicação ou a apresentação, diante de Deus, de diferentes fases da colheita de ‘pessoas’. Nem sempre isto está relacionado a algum arrebatamento. É importante que isso fique claro, porque o grupo das primícias é ‘enviado’ para uma missão na Terra, portanto não faz sentido ser arrebatado logo no dia em que recebem a missão.

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Feita essa retrospectiva das postagens anteriores desta série, vamos então partir para o tema deste postagem, que é a parte 5.

Há uma fruta específica, que é usada metaforicamente para se referir a determinados seres maus, do fim dos tempos. Evidentemente, eles não serão “dedicados” a Deus, nem se “apresentarão” a Deus, como era o caso das  colheitas dos grãos (cevada e trigo), azeitonas e outras frutas, que representavam, alegoricamente, grupo de pessoas crentes. Estamos falando, aqui, da colheita das uvas.

O último grupo, então, que não será trazido à presença de Deus, mas será “ceifado”, são os perversos do período da Tribulação, representados pelas uvas. O trecho bíblico que faz essa analogia está no capítulo 14 de Apocalipse:

“E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda.
E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.
E o anjo lançou a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e atirou-as no grande lagar da ira de Deus.
E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.” Apocalipse 14:17-20

Vamos, então, ver quem serão os personagens que equivalerão às fases das ‘primícias’, ‘colheita principal’ e a ‘coleta das sobras’ da colheita das ‘uvas’, já que este fruto também terá essas três fases do processo de colheita.

As primícias das ‘uvas’ serão a Besta (o Anticristo) e o Falso Profeta, que serão capturados e lançados vivos no Lago de Fogo (o qual, no presente momento, encontra-se vazio).

“E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre”. Apocalipse 19:20

Não sabemos se a tipologia (de as primícias de todas as ‘colheitas’ de pessoas serem descendentes de judeus / israelitas), mencionada nas postagens anteriores, também se aplicará a esse caso das “uvas”. É possível que um dos dois (dentre a Besta e o Falso Profeta) seja judeu. A Bíblia não é clara sobre isso. A tipologia pode não se aplicar para esse caso das ‘uvas’, porque não se refere aos crentes e salvos.

A colheita principal das uvas será o exército que estará reunido na batalha do Armageddon, tentando fazer guerra juntamente com a Besta e o Falso Profeta. Eles serão derrotados por Cristo com o sopro da sua boca, na batalha do Armageddon, na Segunda Vinda.

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“E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes”. Apocalipse 19:21

“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”. 2 Tessalonicenses 2:8

“Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio”. Isaías 11:4

As sobras da colheita das uvas será representada por Satanás. Ele será lançado em um abismo (o mesmo poço do abismo em que estava o exército de gafanhotos de Apocalipse 9), e lá guardado por aproximadamente mil anos, pois estará preso durante o Reino Milenar de Cristo. Ao final desse período, Satanás será solto, tentará se rebelar novamente atraindo para si seres humanos que, mesmo tendo vivido em um reino perfeito, sem fome, sem miséria, sem guerras, com toda a paz, justiça e prosperidade, vão optar por se unir a Satanás. Em seguida será o fim, com a ressurreição de todos os mortos que não haviam sido ressuscitados até então (os descrentes que não foram ressuscitados antes do Reino Milenar), o julgamento do Grande Trono Branco (o Juízo Final), e Satanás será definitivamente lançado no Lago de Fogo.

“Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo. Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos.” Apocalipse 20:1-5

Em síntese, o cumprimento profético das três partes da colheita das uvas, é representado por:

  1. as primícias: a Besta (o Anticristo) e o Falso Profeta, que serão lançados vivos no Lago de Fogo;
  2. a colheita principal: o exército que estará ao lado da Besta e do Falso Profeta na Batalha do Armageddon, no dia da Segunda Vinda de Cristo;
  3. as sobras: Satanás que, durante o milênio, estará acorrentado e preso em um abismo. Ao final do reino milenar de Cristo, Satanás será solto, tentará uma rebelião e, em seguida, lançado no Lago de Fogo.

Examinadas as colheitas relacionadas às Festas de peregrinação, às quais a Bíblia faz referência, e que podem ser aplicadas metaforicamente aos assuntos proféticos, faremos, na próxima postagem desta série, uma conclusão do que foi apresentado (neste link).

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