As Festas do Senhor e as colheitas de almas, parte 4: as azeitonas e outras frutas

Nas postagens anteriores falamos, além da Introdução (parte 1), sobre as colheitas da cevada (na parte 2) e sobre a colheita do trigo (na parte 3). Vimos que a respectiva festa é o dia em que o sacerdote dedicava, no Templo, os primeiros frutos (primícias) da respectiva colheita, sendo as primícias da cevada na Festa das Primícias (16 de Nisan, o primeiro mês hebreu, durante a primavera) e as primícias do trigo na Festa de Pentecostes (ou Festa das Semanas), após uma determinada contagem de semanas/dias, conforme determinado no Antigo Testamento. Recomendamos que só leia esta parte depois de ter lido as anteriores.

frutas

Vamos, então, passar para a a colheita das frutas e a Festa de Tabernáculos, no outono (do hemisfério norte). Esta é a festa que comemora as frutas dos pomares e das vinhas. Todo o resto da colheita era dedicado: azeitonas, figos, romãs, tâmaras e uvas. Aqui, vamos falar de todas as frutas menos as uvas, porque do ponto de vista de metáfora profética, ela se enquadra em uma categoria bastante específica e diferente das demais frutas.

Como vimos, nas sombras e figuras (aplicação metafórica), os primeiros frutos (as primícias), seja de que  colheita for, é sempre formada por pessoas descendentes de israelitas / judeus. Na Festa das Primícias, Jesus foi as primícias da colheita da ‘cevada’, e era um judeu. Na Festa de Pentecostes, os 120 discípulos que estavam na sala do Cenáculo, em Jerusalém, foram as primícias da colheita do ‘trigo’, e eram todos israelitas, também.

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Na colheita das frutas, os primeiros frutos, ou primícias, das azeitonas, representam os 144.000 mencionados nos capítulos 7 e 14 de Apocalipse, que são, também, todos, descendentes de israelitas: 12.000 de cada uma das 12 tribos de Israel, e que poderão estar espalhados em várias regiões do mundo, não necessariamente residindo hoje em Israel. Já que Apocalipse tem muitos símbolos, é possível que este número não seja literal.

“Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel: da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil.” Apocalipse 7:4-8

“Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.” Apocalipse 14:1-5

Na Bíblia, a figueira representa Israel como nação na Terra, e a oliveira representa Israel espiritual. Como a Festa de Tabernáculos é a última das sete festas, equivalendo ao momento que se aproxima do término das colheitas agrícolas do ano, é bastante provável que, justamente nesta data (Festa de Tabernáculos), bem próximo à data do arrebatamento do grupo que estamos chamando como “a colheita principal do trigo”, o “bastão” do testemunho de Cristo seja passado para o novo grupo chamado de “144.000” (que vamos abreviar como “144k”), que são as primícias da colheita das azeitonas (olivas). Pode ser que a dedicação das primícias das azeitonas seja na Festa de Tabernáculos, mas a Bíblia só diz que a Festa de Tabernáculos é a celebração da colheita como um todos, não menciona especificamente o momento em que as primícias são dedicadas. Em algum momento que não sabemos se está vinculado a uma Festa ou não, o Espírito Santo será derramado sobre os 144k de Israel, iniciando o ministério apostólico deles.

Tudo sempre começa com Israel (que, no caso, seriam, dentre as frutas sendo colhidas nessa época, as “azeitonas“), e depois a mensagem se propaga para os gentios, que são representados pelas “outras frutas“.  Haverá mais gentios se convertendo depois, com o testemunho dos 144k que terão um ministério bastante semelhante ao dos apóstolos, talvez até mesmo com uma “porção dobrada“, como Eliseu teve, após o arrebatamento de seu mestre Elias. Assim como Eliseu viu Elias partir para o céu em um arrebatamento, os 144k verão a ‘colheita principal do trigo’ ser arrebatada ao céu, e o ‘manto’/o “bastão” do ministério será passado para os 144k, talvez até mesmo com porção dobrada de derramamento do Espírito Santo.

A colheita principal das frutas (azeitonas e outras frutas) é formada tanto por judeus como por gentios, que são mencionados em Apocalipse 15:2:

“Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus”. Apocalipse 15:2

Os gentios que participam da colheita principal das “frutas” são, possivelmente, aqueles que se converteram a Cristo após o massacre de cristãos feito pela “Prostituta” e os “habitantes da Terra” (aderentes da religião da Prostituta”) e que não aceitaram a marca da Besta. São chamados de “vencedores” ou “vitoriosos” (dependendo da tradução), em Apocalipse (“overcomers“, em inglês), e também serão arrebatados em um terceiro e último arrebatamento, logo antes do dia do derramamento da ira de Deus (o Dia do Senhor, quando são derramadas as sete taças de Apocalipse), assim como Ló foi resgatado por anjos da cidade de Sodoma, com a sua família, instantes antes que Deus lançasse fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra.

Sobre a data deste arrebatamento final, este é aquele que “ninguém sabe o dia e a hora”. Depois do último arrebatamento, até a volta de Cristo, não haverá mais nenhum crente na Terra. Na Terra ficarão somente os que seguem a Besta, e os descrentes que se recusaram a aceitar a marca da Besta e que, se sobreviverem, habitarão, como humanos, em seus corpos normais / mortais, o reino milenar de Cristo na Terra. O remanescente de Israel, que terá sido conduzido ao ‘deserto’ pelo próprio Cristo (incógnito), no dia da Abominação Desoladora, será protegido por 1260 dias e também habitará o Milênio, em seus corpos naturais. Lembre-se: os 144k serão crentes israelitas, o ‘remanescente de Israel’ é um grupo formado por israelitas que percebem o embuste do Anticristo mas, até então, não são crentes.

A coleta das sobras da colheita das ‘frutas’ será composta pelos mártires que serão degolados pela Besta, em Apocalipse 20. Eles serão ressuscitados provavelmente no Dia do Senhor, no mesmo dia do último arrebatamento.

Em síntese, o cumprimento profético das três partes da colheita das “frutas”, é representado por:

  1. as primícias: os 144.000 israelitas que serão selados com o Espírito Santo e terão um relevante e vibrante ministério apostólico na Terra, após o arrebatamento da “colheita principal do trigo”, ou seja, a saída de grande parte dos crentes de hoje. Esse grupo de 144k israelitas é representado pelas primícias das “azeitonas”;
  2. a colheita principal: os crentes judeus e gentios que virão a crer em Cristo, após a saída de grande parte dos crentes da Terra, não aceitarão a marca da Besta, conseguirão sobreviver e serão arrebatados no segundo ou no terceiro (e último) arrebatamento dos crentes (conforme o caso), em um dia que ninguém sabe qual será, e precederá, imediatamente, o dia do derramamento da Ira de Deus;
  3. as sobras: equivalem aos mártires que serão degolados pela Besta, conforme Apocalipse 20. Serão ressuscitados no Dia do Senhor.

Todos os que vierem a se converter durante período da ‘tribulação’, antes da 2ª Vinda visível e gloriosa de Cristo, e que não aceitarem a marca da Besta, serão parte da Igreja de Cristo, da mesma forma que os cristãos que fizeram parte da colheita do “trigo” e foram levados no primeiro arrebatamento. Os santos / mártires da Tribulação não são uma categoria inferior de crentes. Eles fazem parte da “ekklesia” da mesma forma, pois serão salvos por graça, através da fé em Cristo. Somente depois de as pessoas descrentes virem a Cristo glorificado, após a 2ª Vinda, é que já não se trataria mais de uma situação de crer pela fé, mas de crer por vista. A essa altura (2ª Vinda), a era da salvação pela graça através da fé terá terminado, começando uma nova dispensação: o Reino de Cristo, durante o Milênio, quando Jesus Cristo governará a Terra como Rei, e integrantes selecionados da Sua Igreja O ajudarão nesse governo.

O “fim dos tempos” não significa o “fim do mundo”. É o término de uma era e início de outra, em que Cristo governará sobre a Terra por mil anos. Depois dos mil anos, também começará uma outra “era”: os novos céus e a nova Terra.

Examinadas as colheitas da cevada, do trigo e das frutas (azeitonas e outras frutas), veremos, na próxima postagem (Parte 5), a colheitas das uvas, que, simbolicamente, representa os ímpios. Por incrível que possa parecer, essa “colheita” também terá três fases: as primícias, a colheita principal e a coleta das sobras.

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