Na Bíblia, vemos a menção de dois grandes julgamentos para a humanidade: o primeiro é o ‘Tribunal de Cristo’ (o ‘Assento Bema’), e o segundo é o ‘Julgamento do Grande Trono Branco’, também conhecido com o ‘Juízo Final’.
Em Romanos 14:10-12 e em 2 Coríntios 5:9-11 vemos as menções ao ‘Assento Bema’, que é referenciado como o ‘Tribunal de Cristo’. No original, é utilizada a palavra grega “béma” (verbete # 968 da Concordância Strong), que significa uma plataforma, ou bancada, ou tribuna, à qual alguém se dirigia para receber julgamento.
“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” Romanos 14:10-12
“É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis. Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo. E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero que também a vossa consciência nos reconheça.” 2 Coríntios 5:9-11
Os amilenaristas acreditam que não haverá um reino milenar futuro de Cristo na Terra, porque entendem que, após a 2ª Vinda, tudo acontecerá de uma só vez (ressurreição de todos os mortos; Cristo vindo buscar os crentes para irem para o céu com Ele; Juízo Final). Eles entendem, ainda, que o Juízo Final será para todos (crentes e descrentes). Nessa teologia, então, eles consideram que o ‘Tribunal de Cristo’ e o ‘Juízo Final’ seriam a mesma coisa.
Neste blog, cremos que a teologia amilenarista é profundamente equivocada, porque alegoriza ensinamentos que estão bastante claros em Apocalipse. Se um Reino milenar de Cristo, a partir da Terra, é mencionado 6 (seis) vezes em Apocalipse, não temos motivos para não tomar essas menções como literais. Embora Apocalipse seja um livro cheio de símbolos, todas as contagens de tempo, ali, são literais. Além disso, ainda que a duração do reino milenar fosse alegorizada e equivalesse a “um longo período de tempo” e não necessariamente a mil anos literais após a 2ª Vinda, é preciso considerar que o Reino a que se refere Apocalipse é um reino de Cristo a partir da Terra, e não no céu. Esse reino de Cristo a partir da Terra ainda não aconteceu. Portanto, o Reino Milenar de Cristo, a partir da Terra, é futuro.
O capítulo 20 de Apocalipse não é a única base bíblica para um reino milenar futuro de Jesus. O conceito do Messias retornando para reinar sobre toda a Terra em paz, retidão e justiça é encontrado em todas as escrituras, tanto no Novo quanto no Antigo Testamento.
Cristo foi desprezado em Sua primeira vinda e não exerceu a posição que era de Seu merecimento. No presente momento, Cristo compartilha o trono do Pai, no céu. Ele ainda não recebeu o Seu próprio trono. Após a 2ª Vinda, Cristo reinará na Terra, em Seu próprio trono, em Jerusalém, durante mil anos, cumprindo dezenas e dezenas de escrituras que ainda aguardam cumprimento.
Entramos em mais detalhes sobre esse assunto em nosso artigo “Pré-milenismo, pós-milenismo e amilenarismo: quando é o ‘milênio’ em relação à 2a. Vinda?”, neste link.
Tudo o que falaremos a seguir, portanto, parte da posição pré-milenarista, que consideramos ser a interpretação mais correta das escrituras.
No Tribunal de Cristo a nossa salvação será o foco do julgamento?
Não. O Tribunal de Cristo (o ‘Assento Bema’) não é o julgamento que determina a salvação de ninguém. O crente é salvo pela fé como um presente de Deus, não por causa de obras ou de mérito próprio, mas pela graça de Deus quando Jesus morreu na cruz. Todos os pecados de quem creu verdadeiramente em Cristo (passados, presentes e futuros) foram perdoados e quem colocou a própria fé em Cristo recebeu uma ‘ficha limpa’, com todos os próprios pecados tendo sido pagos integralmente.
Quem será julgado no Tribunal de Cristo?
Todos os que creram em Cristo (incluindo o povo de Israel que creu no Messias pela fé, antes do nascimento de Jesus, e que são parte da ekklesia de Deus, da mesma forma que nós, os que creram pela fé depois da crucificação) serão julgados no Tribunal de Cristo, que é um foro exclusivo para os que estão “em Cristo”: os crentes de todos os tempos. Note bem: o julgamento do crente já aconteceu: o crente já foi considerado culpado, e a pena foi paga por Cristo, em sua morte na cruz do Calvário, quando Deus derramou a Sua ira em Seu Filho. O Tribunal de Cristo, portanto, não tem finalidade condenatória, porque o crente já teve a própria pena paga. Esse tribunal, no entanto, tem um objetivo específico, já que as obras do crente serão avaliadas, e recompensas e/ou detrimentos poderão acontecer. Falaremos exatamente sobre o que é o Tribunal de Cristo em uma postagem específica.
Quando acontecerá o Tribunal de Cristo?
Esse julgamento acontecerá antes do início do Reino Milenar de Cristo na Terra. O Milênio começará logo após a 2ª Vinda de Cristo, depois que Cristo vencer a Batalha do Armagedom.
Quando acontece o Juízo Final?
O Juízo Final só acontece depois do término do Reino Milenar de Cristo, ou seja, há um intervalo de 1000 anos entre o Tribunal de Cristo e o Juízo Final.
Quem será julgado no Juízo Final?
No Juízo Final (o Julgamento do Grande Trono Branco), os que serão julgados serão:
- todos os descrentes, de todas as eras, que serão ressuscitados no fim do Milênio e serão imediatamente julgados, com justiça, conforme as obras que cada um tiver feito;
- todos aqueles que tiverem vivido e morrido durante o Reino Milenar de Cristo (lembre-se: os súditos do Reino Milenar serão seres humanos em seus corpos mortais, que poderão amar e respeitar a Cristo ou não);
- todos aqueles que habitaram o Reino Milenar como seres humanos mortais e que estiverem vivos quando do fim do Milênio, e que serão julgados no Juízo Final também.
Normalmente, quando se fala em Juízo Final, a maior parte das pessoas só inclui os descrentes que serão ressuscitados àquela ocasião. Na lista acima, contudo, vemos que os que viverem durante o Milênio também serão julgados.
O Juízo Final inclui a possibilidade da condenação eterna para quem não estava no grupo dos crentes salvos?
Diferentemente do Tribunal de Cristo, em que nenhum crente perderá a salvação, o Juízo Final pode envolver a condenação eterna. A condenação eterna corresponde a ser lançado no Lago de Fogo, o qual, no presente momento, encontra-se vazio. As almas dos ímpios estão, no presente momento, em um lugar chamado Hades (ou ‘Sheól’, ou Lugar dos Mortos, cujo compartimento geral também é chamado, na Bíblia, de ‘inferno’). Mas o Hades não é o Lago de Fogo. Ao fim do Milênio, o Hades será esvaziado e acontecerá a 2ª Ressurreição, que é a ressurreição dos ímpios e de todos os que não aceitaram a salvação oferecida gratuitamente por Cristo.
O Lago de Fogo foi originalmente criado para Satanás e seus anjos. Logo após a Batalha do Armagedom, na altura da 2ª Vinda de Cristo (antes do início do Milênio), serão lançados no Lago de Fogo a Besta (o ‘Anticristo’), o Falso Profeta e todos aqueles os que tiveram seguido a Satanás ou ao Anticristo. Ao final do Milênio, após a soltura de Satanás do Poço do Abismo (onde ele terá ficado ‘acorrentado’ e ‘selado’ durante o Milênio), haverá a 2ª Ressurreição, o Juízo Final e todos os que estiverem nesse julgamento serão julgados conforme as obras que cada um tiver feito em vida. Satanás será então lançado no Lago de Fogo, e todos os que não tiverem o próprio nome inscrito no Livro da Vida do Cordeiro também serão lançados no Lago de Fogo.
Vejamos o que diz a passagem de Apocalipse 20:12-15, sobre o momento do Juízo Final, logo após a ressurreição dos ímpios e dos descrentes (a ‘2ª Ressurreição’), que acontece após o término do Milênio:
“Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Se o nome de alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo.” (Apocalipse 20:12-15, tradução NVI)
[Observação: na passagem acima, utilizamos a tradução ‘Nova Versão Internacional’, porque a tradução que costumamos usar (Almeida Revista e Atualizada) traduz Hades como ‘inferno’. O Hades não é a mesma coisa que o Lago de Fogo. Para mais informações sobre esse tema (diferentes nomes para ‘inferno’), confira o nosso artigo neste link. Um outro ponto é que, como já explicamos em outros artigos deste blog, o ‘mar’, na Bíblia, simboliza a morte. Na época de Noé, o mundo inteiro (exceto Noé e a sua família) pereceu com o dilúvio. Na época do êxodo do Egito, os israelitas cruzaram o Mar Vermelho em uma passagem que Deus miraculosamente abriu para eles, sob a liderança de Moisés e, depois que passaram para o outro lado, o exército de Faraó morreu afogado pelo fechamento daquela passagem. O profeta Jonas também foi engolido por um peixe, e viu a morte, no mar. Em outra passagem, em Apocalipse 21, quando é dito que ‘o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe’, o ‘mar’ aí não se refere a um corpo d’água no sentido de ‘oceano’, mas à figura da morte, conforme confirmado no verso 4 (“Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas são passadas”).]
Todos os que estiverem no Juízo Final serão condenados?
Alguns autores dizem que o Juízo Final será uma mera formalidade legal, e que todos os que participarem do Juízo Final já estão condenados e serão lançados no Lago de Fogo, porque não creram em Cristo. Tal afirmação é fruto de uma análise muito superficial e um grande equívoco.
Embora os descrentes que já morreram ou que vierem a morrer antes da 2ª Vinda, de fato, tenham rejeitado a Cristo e recusado a salvação, não podemos esquecer que o Juízo Final incluirá outras pessoas que viverão durante o Milênio. Essas pessoas que terão nascido durante o Milênio, portanto, nunca chegaram a rejeitar a salvação oferecida por Cristo, porque elas terão nascido em outra era, após a 2ª Vinda, em que a oferta da salvação pela graça através da fé em Cristo não estará mais disponível, porque Cristo será conhecido por vista e não mais pela fé. A oportunidade da salvação pela graça através da fé em Cristo é um grande presente que está sendo oferecido no tempo que se chama hoje. Essa janela de tempo terminará na 2ª Vinda, quando Cristo virá à Terra para reinar.
No dia do Juízo Final, dentre os que estiverem em julgamento (o que não inclui os crentes, que são salvos e já terão sido julgados muito antes, no dia do Tribunal de Cristo), o que a Bíblia diz é que quem não tiver o próprio nome inscrito no Livro da Vida será condenado. Não temos como saber qual será o critério de Cristo para incluir nomes no Livro da Vida. Esta é uma prerrogativa exclusiva de Cristo. É possível, ainda, que esse Livro da Vida não tenha nada a ver com inclusão no mesmo destino dos crentes (de salvação eterna e de um destino ao lado de Cristo), mas da permissão para viver e habitar a nova Terra, em corpos imortais (mas não glorificados). Os crentes viverão na nova Jerusalém e terão corpos glorificados. Os humanos que viverem na nova Terra poderão visitar a Nova Jerusalém, mas não terão o mesmo destino dos crentes.
O que é exatamente o Tribunal de Cristo? Por que ele acontece antes do Milênio?
O Tribunal de Cristo acontece antes do início do Milênio por dois motivos: o primeiro é que a partir da 2ª Vinda, a era da Igreja terá terminado, e não haverá novos crentes. Portanto, não haverá motivo para adiar esse julgamento. O segundo motivo é o fato de os galardões ou perdas a serem atribuídos no Tribunal de Cristo afetarão a situação de cada crente durante o Reino Milenar de Cristo. Por isso, esse julgamento precisa acontecer antes do seu início, já que será no Tribunal de Cristo que será definida a posição de cada crente durante o Reino Milenar, e com a glória, distinção e autoridade atribuída a cada um.
O Tribunal de Cristo também poderá envolver detrimento e perda de privilégios que o cristão poderia ter, se as suas obras forem reprovadas (no caso de não haver arrependimento e o crente viver deliberadamente em pecado). A salvação não é perdida mas o crente pode ter muito a perder, incluindo ser impedido de servir a Cristo durante o Milênio, na Terra, e de ocupar posição de autoridade durante o Reino Milenar. Mais sobre esse assunto no artigo ‘O que é o Tribunal de Cristo?‘.
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“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” João 3:16-21
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essa parte que vc falam que o crente peca deliberadamente é salvo mas não vai galgar posição no reino, discordo , ele vai ser condenado com o mundo, nem todo aquele diz senhor, senhor, será salvo, mas os que fazerem a vontade de Deus mateus 7:21