As 2 Testemunhas

Tradução adaptada de estudo bíblico da autora Brenda Weltner

Neste estudo, falaremos sobre a identidade das 2 Testemunhas, em que momento da cronologia elas aparecem, qual é o seu papel no fim dos tempos e quais costumam ser os erros de interpretação mais frequentes.

Se você perguntasse a um judeu “qual é o papel de Elias na vinda do Messias?”, ele provavelmente mencionaria o capítulo 4 de Malaquias, que diz: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.” Malaquias 4:5,6

Na 1ª Vinda de Jesus, João Batista teve o papel de “Elias”, com o seu “espírito e poder”. A sua função foi preparar as pessoas para receberem a Cristo. Antes de batizar a Jesus, João Batista já tinha discípulos. Não é dito, na Bíblia, há quanto tempo João tinha aquele grupo de discípulos, mas sabemos que, quando Jesus foi batizado diante dos discípulos de João, este disse: “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e alguns dos discípulos de João seguiram a Jesus. João continuou a ter discípulos que continuaram a segui-lo, e não a Jesus — talvez tenham achado que o ministério de Jesus competia com o de João —, mas em algum momento, mais adiante, eles passaram a seguir a Jesus, até mesmo porque João Batista foi decapitado pelo rei Herodes.

O papel e o objetivo de Elias é converter os corações dos pais aos filhos e os corações dos filhos aos pais. A tarefa das Duas Testemunhas — e uma delas é Elias — será exatamente essa: a de “converter o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais”, trazendo as pessoas de volta ao entendimento bíblico.

Quando João Batista fez isso na época de Cristo, ele tinha uma compreensão de seu papel e de quem ele era, mas não entendia certas coisas como, por exemplo, que Jesus teria que morrer, e que Ele não iria inaugurar o Seu Reino Milenar naquele século. Na realidade, quando João Batista estava na prisão, ele enviou os seus discípulos para falar com Jesus sobre isso, e a sua pergunta (em Lucas 7:19,20) foi: “você é aquele que estava para vir ou devemos procurar por outro”? Nem sempre as coisas acontecem do jeito que havíamos imaginado que iriam acontecer. Não que isso implique alguma contradição nas profecias bíblicas, mas alguma diferença com a forma com que havíamos interpretado ou imaginado.

Portanto, se você perguntar a boa parte dos estudantes de profecia bíblica qual é o papel das Duas Testemunhas e quem elas são, além de alguns deles responderem coisas sem sentido como “são o Antigo Testamento e o Novo testamento”, ou “são os judeus e os gentios”, muitos responderão que são duas pessoas que profetizarão, “gritando nas esquinas”, “cuspindo fogo” e “lançando pragas”. Basicamente, a maioria repetirá o que leu no capítulo 11 de Apocalipse, de maneira literal.

A importância de entender os símbolos em Apocalipse

Apocalipse conta a história do fim dos tempos por meio de símbolos. As pessoas entendem isso quando leem que as Duas Testemunhas são “as duas oliveiras e os dois candeeiros” (ou castiçais, em outras traduções), porque sabem que não são oliveiras literais nem candeeiros/ castiçais literais. Essas expressões são, obviamente, simbólicas. Por outro lado, essas mesmas pessoas, muitas vezes, não conseguem ver outras expressões como sendo metafóricas, e as interpretam literalmente, como, por exemplo, “sai fogo da sua boca e devora os inimigos”, o que não será o caso. É bem pouco provável que as Duas Testemunhas venham a “cuspir fogo” no sentido literal.

Sobre a Palavra de Deus, Jeremias diz: “Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a pedra?” (Jeremias 23:29). Quando lemos “fogo saindo de suas bocas”, trata-se do poder inerente à palavra de Deus quando falada por alguém que está cheio do Espírito Santo. Este é o fogo. A história, em Apocalipse, é contada usando símbolos e imagens. Certas palavras ou expressões simbólicas não podem ser interpretadas de forma literal.

Os intervalos de tempo em Apocalipse

Se, por um lado, o entendimento dos símbolos e metáforas é essencial, por outro, é preciso levar em conta que todas as medidas de tempo no livro de Apocalipse precisam ser entendidas literalmente. 1260 dias são 1260 dias, não 1260 anos. 42 meses são 42 meses, e assim por diante, nas menções de qualquer intervalo de tempo, como 3 ½ dias, 10 dias, 5 meses. Neste livro não se deve interpretar dias como sendo anos.

Logo no primeiro capítulo e no primeiro verso do livro de Apocalipse, é dito que Deus deu essa revelação a Jesus “para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer”. As informações em Apocalipse incluem referências de tempo, que são literais. Se não tivéssemos essas informações, o livro perderia grande parte da sua utilidade. Deus providenciou que indicadores de tempo fossem incluídos justamente para que possamos entender o encadeamento temporal da história e qual é o papel de todos os personagens, inclusive das Duas Testemunhas. Claramente, o papel das Duas Testemunhas não será o de cuspir fogo nos inimigos de Deus, nem serão duas oliveiras literais nem dois candeeiros literais andando por aí e gritando pelas ruas aleatoriamente, para as pessoas se arrependerem. A história é contada simbolicamente.

As funções das 2 Testemunhas no fim dos tempos

A 1ª função das 2 Testemunhas

A primeira função das Duas Testemunhas é para preparar o povo israelita, os judeus, para receber a Cristo como o seu Messias. Elias é o precursor do Messias, do Messias do fim dos tempos, que é enviado ao povo israelita. Quem são os israelitas, no livro do Apocalipse, para quem as Duas Testemunhas poderão ser enviadas? São eles: os ‘144.000 de Israel’ (o qual será abreviado como “144k”) que será selado com o Espírito Santo e, também, o ‘remanescente de Israel’, ou seja, a ‘mulher’ (de Apocalipse 12:13-17) que vai fugir para o deserto por 1260 dias. O remanescente de Israel não é um grupo de crentes em Cristo.

O ministério das Duas Testemunhas será, provavelmente, dirigido a esses dois grupos de israelitas: o ‘remanescente de Israel’ — aquele 1/3 que vai fugir, e o próprio Cristo, incógnito, será Aquele que os conduzirá para fora de Jerusalém, para o deserto, onde há um lugar preparado para eles — , e o grupo dos 144k. Este grupo (dos 144k) pode ser comparado aos discípulos de João Batista que, quando João disse “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, imediatamente seguem a Jesus. Em Apocalipse 14, lemos sobre os 144k, que são “os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá”. E os discípulos de João seguiram a Jesus. Esses são alguns pequenos paralelos interessantes.

Não sabemos quando João Batista iniciou o seu ministério de preparar discípulos que, mais tarde, seguiriam a Cristo. Também não sabemos o dia exato em que as Duas Testemunhas iniciarão o processo de discipulado para os 144k, de tal forma que, quando chegar a hora de transferirmos o nosso ministério para os 144k, eles estejam prontos para receber a Cristo e receber o Espírito Santo, e começar o ministério deles. Nada disso surge do nada, como em um passe de mágica. A preparação deles pode começar muito antes da apariação pública das Duas Testemunhas. Em nenhum lugar da Bíblia é dito que o mundo inteiro estará ciente do início do ministério das Duas Testemunhas logo em seu primeiro dia. O fato de elas não terem aparecido publicamente não significa que já não possam estar atuando, na Terra.

A suposição ou crença de que o ministério das Duas Testemunhas será público desde o primeiro dia é equivocada, porque a Bíblia não diz que a aparição delas será um sinal para nós. Para nós, os sinais estão em Apocalipse 12 — o ‘sinal da mulher’ e o ‘sinal do dragão’ — não a aparição pública das Duas Testemunhas no 1º dia dos 1260 dias do ministério delas. João Batista já ministrava por vários meses, de maneira discreta / privada, antes de o seu ministério se tornar público e amplamente conhecido. É totalmente possível que as Duas Testemunhas, inicialmente, tenham um ministério privado, e que só venham a ser identificadas e conhecidas, mundialmente, muitos meses após o início de seu ministério, quando chegar a época da construção do templo. Isso pode vir a acontecer quando faltar poucos meses para a data da Abominação Desoladora.

O objetivo número 1 das Duas Testemunhas é preparar os judeus para receber Jesus como o Messias, para que eles o sigam, quer sejam os 144 mil de Israel, que sejam ou o remanescente de Israel que fugirá para o deserto. O ministério das Duas Testemunhas é para Israel, não para os crentes. Elas não têm nada a ver conosco. Nós, os crentes gentios, não devemos ficar esperando que a aparição pública das Duas Testemunhas sirva como o sinal de que os últimos sete anos que precedem o retorno de Cristo começaram. Quando tomarmos conhecimento, muitos meses já terão transcorrido, porque o início do ministério delas poderá perfeitamente ser discreto e privado, como foi o caso do ministério de João Batista, no início.

A 2ª função das 2 Testemunhas

A segunda coisa que as Duas Testemunhas farão é reconstruir o templo, em Israel.

Leiamos, então, o capítulo 11 de Apocalipse. Os versos bíblicos estão em cor vermelha, numerados. Em seguida a cada verso, estarão os nossos comentários e explicações:

¹ Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram;

O templo, na Terra, é sempre um reflexo do templo celestial. Portanto, quem for construir o templo precisa receber e seguir instruções de Deus. O ‘Temple Institute’, em Israel, pode ter diversos registros relacionados ao templo que foi destruído em 70 d.C, mas eles não sabem como Deus vai querer que o templo seja construído agora. No Antigo Testamento, quando o templo ou tabernáculo estava para ser construído, Deus dava instruções muito específicas. Se você ler como era o tabernáculo de Moisés e como eram os templos que foram construídos depois, verá que têm diferenças. O tabernáculo ou tenda, o templo que as 2 Testemunhas irão erguer, será provavelmente semelhante ao tabernáculo de Davi.

João é instruído a “se levantar e medir o templo de Deus”, o que significa que é mensurável, pode ser medido com uma trena. Portanto, este é um templo ou tabernáculo literal — não é um templo figurado, no sentido espiritual. O templo poderá ser medido e haverá um altar, que provavelmente é o altar de ouro do incenso, e Deus manda contar aqueles que lá adoram. Essa contagem provavelmente tem relação com os 144k de Israel, que irão adorar naquele templo ou tabernáculo reconstruído.

² mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.

João é então instruído a não medir o pátio fora do templo, porque será entregue às nações, e elas pisarão a Cidade Santa por 42 meses. Esta é apenas uma pequena informação sobre o templo. É possível que João tenha sido instruído a não medir o átrio externo porque, provavelmente, não haverá nada externo e, mais adiante, esse belo templo sagrado, na Cidade Santa, será pisoteado por 42 meses. Sempre que lemos a expressão ’42 meses’, é algo associado à Besta, que reina por 42 meses. A Cidade Santa será pisoteada por 42 meses, que é o mesmo intervalo de tempo que a ‘mulher’ (o remanescente de Israel) estará no deserto. Por isso, sabemos que a Besta começará a reinar no mesmo dia que a ‘mulher’ fugir para o deserto. Este é o ponto inicial dos 42 meses.

³ Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.

As duas testemunhas mencionadas nesse verso são bastante específicas, porque Deus diz: “as minhas Duas Testemunhas”. Elas são 2 Testemunhas enviadas por Deus, as quais irão profetizar por 1260 dias literais. Se elas são as responsáveis pela reconstrução do templo, o que veremos que são na próxima passagem, então sabemos que seus 1260 dias de ministério precisam ser anteriores ao dia em que a Besta entra no templo e declara ser deus, que é o mesmo dia da 6ª Trombeta. Se elas são as reconstrutoras do templo, precisam estar na Terra antes que a Abominação Desoladora aconteça, senão não haveria templo para o Anticristo profanar. Portanto, embora tanto o ministério das Duas Testemunhas quanto o reino da Besta tenham a mesma duração em número de dias, esses 1260 dias, de cada parte, não serão concomitantes. O ministério das Duas Testemunhas precisa começar e terminar antes do início do reino da Besta.

⁴ São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra. 

Imediatamente isso deve nos levar ao livro de Zacarias, capítulo 4. Sabemos que as duas oliveiras e os dois candelabros, que “assistem junto ao Senhor de toda a Terra” também são uma referência simbólica a Zorobabel e a Josué, o sumo sacerdote. Esses dois indivíduos foram fundamentais na reconstrução do 2º templo. Voltaremos ao tema “estar diante do Senhor de toda a terra” mais adiante.

⁵ Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. 

O fogo das Duas Testemunhas tem a ver com as palavras que elas falam, não se trata de fogo literal, conforme explicado anteriormente.

⁶ Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem. 

Por causa do verso acima, muitos imaginam que, durante 3 ½ anos, as 2 Testemunhas farão com que não haja chuva em Israel e que transformarão toda a água em sangue. Novamente, esses são símbolos. Quem foi capaz de transformar água em sangue na Bíblia? Moisés. Quem fechou o céu por 3 ½ anos? Elias. Eles são os únicos que tiverem o poder de fazer esses sinais. Deus lhes concedeu esses poderes na época do Antigo Testamento. Como não há indicação de que foram revogados, eles ainda têm esses poderes. Contudo, só porque alguém tem o poder de fazer algo, não significa que irá fazê-lo. É pouco provável que eles irão transformar a água em sangue por 3 ½ anos, ou que farão que não haja chuva em Israel. Muito mais do que indicações do que eles efetivamente farão, as menções dos poderes, nesse verso, parece ser uma forma de identificar quem são as Duas Testemunhas, por causa desses sinais.

Não parece provável que as Duas Testemunhas irão provocar uma seca de 3 ½ anos em Israel nem que transformarão água em sangue, de tal forma que não haja água para ser bebida. Apenas sabemos que elas têm vários poderes e que irão exercer seus poderes, se e quando for preciso.

⁷ Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará, ⁸ e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado. 

As Duas Testemunhas irão terminar o seu testemunho de 1260 dias, e a passagem fala sobre uma Besta que sobe do Poço do abismo. As pessoas sabem, intuitivamente, que isso se refere ao Anticristo aqui, mas a maioria, quando quer falar sobre o Anticristo, vai para Apocalipse 13, que fala da Besta do mar. Porém, o Anticristo também está aqui, quando fala da “Besta que sobe do abismo”. Quem está no poço do abismo? Quem é o indivíduo muito poderoso que reina sobre todos os anjos do abismo? Quem foi trancado no poço do abismo por ser tão perverso, mau, que Deus não permitiu que ele saísse? Esse é o Apoliom.

Apoliom é um dos anjos caídos ‘Vigilantes’ que foi acorrentado e colocado no Poço junto com seus outros anjos, e eles serão soltos no dia que a 5ª Trombeta for tocada. Então, para que Apoliom suba do Poço, a 5ª Trombeta precisa já ter sido tocada antes. Ele irá se unir ao corpo da pessoa (o 7º Rei) que ressuscita dos mortos, a Besta que ressurge do mar. Em Apocalipse, o que o “mar” representa não são as nações. O que representa as nações são as “águas” (“a prostituta que se assenta sobre muitas águas, que são as nações”). Mas sempre que vemos “o mar” em Apocalipse, ou se refere aos oceanos, ou se refere ao “lugar dos mortos”, para onde vão os mortos, os espíritos ou almas dos mortos. (Duas referências que fundamentam isso são: a morte resultante do dilúvio na época de Noé e a morte do exército de Faraó que se afogou no mar após o êxodo do povo de Israel do Egito). A Besta que sobe do abismo é uma união de Apoliom com a Besta ressuscitada. Apoliom possuirá o corpo do 7º Rei ressuscitado, que passará a ser chamado de o 8º Rei / a Besta do Mar.

Quando a Besta surge do abismo e ressuscita, possuída por Apoliom, o poder de Satanás é dado a essa Besta. Satanás tenta imitar a Deus, porque Deus deu o poder ao Seu Filho Jesus. De maneira análoga, Satanás dará poder ao seu ‘descendente’ (a Besta, possuída por Apoliom). Pelo fato de o ministério das Duas Testemunhas ter se completado, a Besta conseguirá matá-las. Então elas morrem, e a forma como está escrito em Apocalipse (tradução ARA) é que a Besta “pelejará contra elas, e as vencerá, e as matará”. Outra tradução (ACF) diz “lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará“. Isso significa que haverá um confronto entre as Duas Testemunhas e a Besta: uma peleja, uma competição de poderes.

A 3ª função das 2 Testemunhas

A terceira razão pela qual as Duas Testemunhas estarão aqui é para terem uma competição contra a Besta. A “torcida organizada” da Besta serão os “habitantes da Terra”.

No Antigo Testamento, em 1 Reis capítulo 18, Elias teve uma competição com o inimigo, e o povo queria ver qual era o verdadeiro Deus e os verdadeiros profetas. Se seriam Baal e os profetas de Baal, ou se seria o Deus de Israel e o profeta Elias. Este é um precedente importante, na Bíblia. Na ocasião, desceu fogo do céu e consumiu o sacrifício de Elias, provando que o Deus de Elias era Deus, e que Elias era o verdadeiro profeta. Da mesma forma, em Êxodo 7, Moisés enfrentou Faraó e todos os seus feiticeiros. Os presentes, naquela ocasião, queriam ver quem eram os deuses mais poderosos, se o Deus de Moisés ou se seriam os deuses do Egito. Nesse confronto, é claro que Deus venceu.

Em Apocalipse, é mencionada a palavra ‘peleja’ ou ‘guerra’. Com esses dois precedentes no texto bíblico, que ocorreram com Moisés e com Elias, tudo indica que também haverá um confronto público e que, durante essa peleja, o 7º Rei / Besta Escarlate (a “versão 1.0” do Anticristo) será morto pelas Duas Testemunhas, já que é dito nas escrituras que, durante os 1260 dias do ministério delas, lhes foi dado o poder de destruir qualquer um que vier contra elas. Portanto, se o 7º Rei fizer qualquer movimento que possa afetar a integridade física das Duas Testemunhas, elas terão o poder de matá-lo — e, possivelmente o farão, no último dos 1260 dias de seus ministérios, quando cessam os poderes especiais que lhes foram dados por Deus. Para tristeza dos ‘habitantes da Terra’, que “torcem” pelo 7º Rei, ele morrerá e, pouco depois, ressuscitará (como o 8º Rei, a Besta do Mar, a “versão 2.0” do Anticristo), quando será empoderado por Satanás e matará as Duas Testemunhas. Com essa reviravolta inesperada, irá parecer que, nessa competição, a Besta terá vencido, e os ‘habitantes da Terra’ dirão: “Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?” (Apocalipse 13:4). Antes que as Duas Testemunhas sejam ressuscitadas dos mortos, essa percepção prevalecerá. No verso 13, as pessoas que dão glória a Deus provavelmente estarão entre os remanescentes de Israel, aqueles que receberam ensinamentos das Duas Testemunhas. Sem dúvida, o remanescente de Israel terá sido informado da resposta correta a essa pergunta nesse exato momento (Zacarias 14, Mateus 24, Apocalipse 12) e seguirão o Senhor no deserto.

Após serem assassinadas pelo 8º Rei/Besta do Mar/Anticristo na “versão 2.0”, os corpos das Duas Testemunhas jazerão insepultos no meio da rua, “na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado”.

Jerusalém como “Sodoma e Egito”

É curioso que, no verso 8, “a cidade em que o Senhor foi crucificado”, que sabemos ser Jerusalém, é chamada de “Sodoma e Egito”. Por que razão é feita essa menção?

Devemos lembrar que o povo de Deus fugiu dessas duas cidades. Ló e a sua família fugiram de Sodoma instantes antes de fogo e enxofre caírem sobre a região de Sodoma para destruir aquela cidade. Os israelitas fugiram do Egito através do Mar Vermelho. Então, quando é dito que Jerusalém se torna ‘Sodoma e Egito’, nos é dada a indicação de que o remanescente de Israel irá fugir para o deserto, da mesma forma que houve fuga de Sodoma (no caso de Ló e de sua família) e do Egito (no caso dos israelitas, liderados por Moisés, no êxodo do Egito). O Monte das Oliveiras irá se abrir com um terremoto e criar um caminho para o remanescente de Israel (a ‘mulher’) conseguir fugir.

No caso do êxodo do Egito, o exército de Faraó perseguiu os israelitas. Quando todos os israelitas já tinham completado a passagem e chegado em segurança ao outro lado, o exército de Faraó os seguiu pelo caminho ainda aberto no Mar Vermelho. O mar, no entanto, voltou a se fechar e todo o exército egípcio e os seus cavalos foram engolidos pelas águas, morrendo afogados.

De forma semelhante, no fim dos tempos, conforme narrado em Apocalipse 12:13-16, a terra irá se abrir e socorrer a ‘mulher’, significando que haverá um terremoto no Monte das Oliveiras, que abrirá uma passagem pela qual o remanescente de Israel fugirá (conduzido pelo próprio Cristo, incógnito). O dragão enviará ‘águas como um rio’, o que representa um numeroso exército que tentará perseguir a ‘mulher’. Porém, quando o exército da Besta estiver na passagem aberta no Monte das Oliveiras, este se fechará em decorrência de outro terremoto, o que causará a morte de todo aquele exército.

No caso de Sodoma, o que ocorreu foi fogo e enxofre caindo sobre a cidade, e as pessoas tiveram que fugir. Na 6ª Trombeta, que é quando o remanescente de Israel terá que escapar, em algum momento haverá, igualmente, fogo e enxofre caindo sobre Jerusalém, provavelmente na forma de ataque aéreo ou explosão de bomba. Este é o momento em que a ‘Prostituta’ será destruída.

Sabemos que Israel fará uma ‘aliança com a morte’ com alguém. Esse alguém não é a Besta/Anticristo. Israel faz uma aliança com a morte quando fica do lado da ‘Prostituta’, que será algum organismo que represente poderes constituídos no mundo de hoje (ONU? Fórum Econômico Mundial? Não sabemos exatamente o que será). Israel fará parte daquele grupo e pensará que a Prostituta (seja qual for a organização) lhe protegerá, sem se dar conta de que a Besta, na realidade, odeia a Prostituta (Apocalipse 17:16), e pretende destruí-la com fogo, fumaça e enxofre na primeira oportunidade possível. Lembre-se: enxofre choveu sobre Sodoma e também ‘choverá’ sobre Jerusalém, quando a proteção que ela tem da Prostituta chegar ao fim, já que a Prostituta será destruída pela Besta/Anticristo e, com isso, qualquer aliança que tiver sido estabelecida com ela deixará de vigorar.

Com tudo isso, o remanescente de Israel terá que fugir de Jerusalém. “Sai dela povo meu, para que não participes das suas pragas”. Cristo tem um lugar para essas pessoas no deserto, onde elas serão protegidas da Besta e do Falso Profeta. A Prostituta já terá desaparecido naquele momento.

⁹ Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados. ¹⁰ Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra. 

A disputa entre a Besta e as 2 Testemunhas

Sabemos que, entre o momento em que a Besta ressuscitar e matar as Duas Testemunhas e o momento da 6ª Trombeta, haverá um período de 3 ½ dias. Durante esses 3 ½ dias é que as pessoas trocarão presentes entre si, e dirão “Quem é semelhante à Besta? Quem pode pelejar contra ela?” (Apocalipse 13:4), porque a Besta que foi morta pelas Duas Testemunhas terá ressuscitado e matado as Duas Testemunhas, em uma reviravolta espetacular, na competição/peleja/guerra entre elas. Assim, em uma disputa entre Deus e Seus profetas, e Satanás/ a Besta/ o Falso Profeta, a impressão que todos terão é que Satanás, a Besta e o Falso Profeta foram vitoriosos. Eles não permitirão que as Duas Testemunhas sejam enterradas e irão profanar os seus corpos deixando-os largados nas ruas.

Lembre-se de que “os que moram sobre a terra” ou os “habitantes da terra” são pessoas que têm o coração e as afeições voltados só para as coisas da Terra. O crente, na realidade, é um cidadão do céu, que é o verdadeiro lar do crente. Filipenses 3:20 diz: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo“. O crente está no mundo como uma espécie de estrangeiro. Os que rejeitam a Deus não têm cidadania no céu. Por isso, em Apocalipse são chamados de ‘os habitantes da Terra’. Isso não significa que todas as pessoas que estarão na Terra sejam inimigos de Deus. Os “habitantes da terra” é apenas uma expressão que simboliza um determinado grupo de pessoas que não amam a Deus e que darão pleno apoio à Prostituta e/ou ao Anticristo.

¹¹ Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo. 

A ressurreição das 2 Testemunhas

Depois de tamanha guinada e aparente vitória da Besta, 3 ½ dias depois as pessoas terão outra surpresa, que lhes causará pavor: elas verão as 2 Testemunhas ressuscitarem e ascenderem ao céu, o que demonstrará que não foi bem a Besta que venceu. Provavelmente, elas pensarão: “Será que esses dois profetas irão matar a Besta de novo? Quanto tempo isso vai durar?” Mas quando aqueles do remanescente de Israel virem a ressurreição das Duas Testemunhas (que certamente terão deixado um testemunho marcante para os 144k e para o remanescente de Israel, durante os 1260 dias de seu ministério, falando em nome de Deus), muitas profecias do Antigo Testamento, que eles antes eles não entendiam, passarão a ser compreendidas.

¹² e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram. 

Os ‘habitantes da Terra’, inimigos de Deus, assistirão a subida ao céu, das Duas Testemunhas, em uma nuvem. Lembre-se: quando Elias e Moisés apareceram com Jesus no Monte da Transfiguração, também foi em uma nuvem.

¹³ Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu. ¹⁴ Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai. 

Este é o terremoto que quando Jesus, incógnito, vem e coloca Seus pés no Monte das Oliveiras e fende a terra, e as pessoas fogem por aquela abertura. Este é o momento que isso acontece. É a mesma hora que a Prostituta/ ‘Mistério Babilônia’ está prestes a ser destruída.

O 2º Ai é a 6ª Trombeta, que é o dia em que quatro anjos do Eufrates são soltos, os últimos quatro anjos perversos. Satanás já terá sido lançado na Terra com o restante de seu contingente (2/3 de seus anjos que ainda estavam no céu com ele). Os outros 1/3 já haviam vindo para a Terra vários meses antes. Na altura da 5ª Trombeta e do 1º Ai, o Poço terá sido aberto. Portanto, no 2º Ai / 6ª Trombeta, a totalidade dos anjos perversos estarão na Terra (sem mais nenhum anjo de Satanás no céu), faltando somente um seleto grupo de anjos ser solto: os 4 anjos que estão sob o Rio Eufrates, que são uma espécie de ‘generais’ do exército de 200 milhões de homens que vai destruir um 1/3 da Terra com fumaça de fogo e enxofre, que é exatamente como a Besta e os 10 Reis destroem a Prostituta, em uma única hora, em um único dia, mês e ano que já foi predeterminado por Deus. A destruição terá a duração de uma hora literal. O 3º Ai é a 7ª Trombeta, e só acontecerá próximo ao fim do reinado da Besta, muitos meses depois.

A Transfiguração de Cristo

Sabemos que as Duas Testemunhas são as duas oliveiras que estão ao lado do Senhor de toda a terra, e isso parece conectá-las com Jesus no Monte da Transfiguração. A transfiguração de Cristo foi profética: foi uma profecia do fim dos tempos. Marcos 9:1-4 diz o seguinte: “¹ [Jesus] dizia-lhes ainda: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus. ² Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles; ³ as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. ⁴ Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus.” (Marcos 9:1-4). Mateus e Lucas também registram esse evento.

Em Mateus 17, Mateus também diz: “² E [Jesus] foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. ³ E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele” (Mateus 17:2,3). O versículo 9 de Mateus 17 indica que esse relato é profético, além da menção de Marcos de que haveria alguns que “não passariam pela morte até que vissem ter chegado com poder o reino de Deus”. O verso 9 de Mateus 17 diz: “ ⁹ E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos.” (Mateus 17:9). Embora isso de fato tenha acontecido, também foi uma visão, com propósito profético. Eles estavam vendo, antecipadamente, a chegada do reino de Deus. Eles não iriam provar a morte até que vissem o reino de Deus chegar com poder. Eles o viram na forma de Jesus sendo transfigurado, na forma de uma visão que é profética. Isso irá acontecer durante o tempo do fim.

Quando se cumprirá a profecia da Transfiguração?

Quando a profecia da transfiguração acontecerá, no fim dos tempos? Sabemos que essa passagem identifica Moisés e Elias. Eles são as duas oliveiras, os dois candeeiros que aparecem “ao lado do Senhor de toda a terra”.

Tanto a transfiguração de Cristo como o Seu batismo ocorreram no Dia da Expiação. Há todo tipo de simbolismo no Dia da Expiação: o ritual do sumo sacerdote entrando no Santo dos Santos, os dois bodes — um sendo sacrificado e o outro sendo enviado para o deserto —, a menção de João Batista estar vestindo pano de saco, tudo isso tem a ver com o Dia da Expiação. É altamente provável que Jesus retorne, em Sua 2ª Vinda visível e gloriosa, em um Dia da Expiação. Porém não é dito, na Bíblia, que Ele retornará com Moisés e Elias. Em Apocalipse, vemos as Duas Testemunhas vestindo pano de saco. Você sabia que há apenas um dia no ano em que os judeus usam pano de saco?

As Duas Testemunhas profetizarão por 1260 dias, ou seja, todo o seu ministério pode ser um ministério em que elas, simbolicamente, vestem pano de saco, ou seja, um ministério de arrependimento, que basicamente era o ministério que João Batista também teve. Esse é o ministério primário das Duas Testemunhas: chamar as pessoas ao arrependimento para prepará-las para receber a Cristo. Mas pano de saco também está associado ao Dia da Expiação. Mais adiante, na passagem sobre a transfiguração, no verso 4, Pedro diz “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias.” Essa menção das tendas sugere que isso aconteceu próximo da Festa dos Tabernáculos, e que Pedro estaria sugerindo que celebrassem a festa ali, e não em Jerusalém.

O Dia da Expiação ocorre 5 dias antes da Festa dos Tabernáculos. É muito provável que os 144k sejam selados durante a Festa dos Tabernáculos, que é a única festa de primícias, nas descritas na Bíblia, em que ainda não houve o derramamento do Espírito Santo. As outras duas festas das primícias já foram profeticamente cumpridas: Primícias (o dia da ressurreição de Jesus, em que Ele soprou o Espírito Santo sobre os apóstolos, que foi a 1ª transmissão ) e Pentecostes (as línguas de fogo foram derramadas sobre os apóstolos, como uma 2ª e mais intensa transmissão do Espírito Santo). A Festa de Tabernáculos, que tem duração de 7 dias e um 8º dia ao final, ainda não foi profeticamente cumprida, no que se refere ao derramamento do Espírito Santo para algum grupo.

É muito provável que será durante a Festa de Tabernáculos, em seu 8º e grande dia, que haverá o maior derramamento do Espírito Santo e principal cumprimento profético de Joel 2. Será quando o Espírito Santo será enviado a toda a Terra. Mas o selamento, isto é, onde Deus coloca a Sua marca de propriedade no 144k assim como Ele a colocou em nós, quando fomos selados com o Espírito Santo, acontecerá no período inicial de 7 dias da Festa de Tabernáculos. Todas as outras festas das primícias onde o Espírito Santo veio eram festas com duração de um único dia (Primícias, Pentecostes). Porém, a Festa de Tabernáculos a ser profeticamente cumprida com o derramamento do Espírito Santo tem duração de 7 dias, com um 8º dia ao final.

O que isso significa é, muito provavelmente, as Duas Testemunhas irão se manifestar no Dia da Expiação do ano do arrebatamento, e Cristo também estará lá, na condição de “o Anjo que sobe da nascente do sol” (Apocalipse 7:2 nas traduções ARA, ARC e ACF) ou, na tradução NVI, o “Anjo que sobe do oriente”. Cristo é o Anjo que sobe do Oriente/Leste. Em Ezequiel, quando a glória de Deus deixou o templo, ela saiu pela abertura oriental, atravessou o vale do Cédro (ou Kidron), foi para o monte oposto que é o Monte das Oliveiras, e ascendeu dali em Ezequiel 40, quando A glória de Deus retorna. Ela retorna do lado  oriental/leste, do Monte das Oliveiras, de onde Jesus subiu. Jesus ascendeu ao céu do Monte das Oliveiras e retornará ao Monte das Oliveiras. Ele irá entrar e colocar a Sua glória, e a glória de Deus, como em Ezequiel 40, retornará ao Seu tabernáculo.

Quando as Duas Testemunhas erigirem o novo templo (provavelmente, semelhante ao ‘tabernáculo de Davi’, que caiu e será construído novamente), a Arca da Aliança será colocada ali, o altar de ouro do incenso e a glória de Deus, em Cristo, irá entrar naquele tabernáculo. É assim que os judeus saberão que algo está acontecendo, quando este pequeno tabernáculo for reconstruído, e Moisés e Elias estiverem ali, e a glória de Deus, a ‘glória shekinah’, está naquele local. Cristo irá trazer essa glória quando vier como o “Anjo do Sol Nascente”, o “Anjo do Oriente”, que irá selar os 144k no Espírito Santo junto com uma grande quantidade de crentes do tempo de hoje (o ‘filho varão’ de Apocalipse 12), em nossos corpos já transformados. A transformação dos nossos corpos deve ser no 1º dia da Festa de Tabernáculos, o nosso ministério de ajudar Cristo na selagem dos 144k e ministrar para pessoas conhecidas que ficam será por 7 dias e, no 8º dia, o ‘filho varão’ será arrebatado para Deus e o Seu Trono, quando o ‘bastão’ do ministério cristão será assumido pelo grupo dos 144k de Israel.

O ministério dos crentes judeus, após o 1º arrebatamento dos crentes

As Duas Testemunhas, que serão grandes ajudantes de Cristo, receberão autoridade de Deus, de Cristo, para ministrar a Israel por 1260 dias. Elas não ministrarão para os atuais crentes. Nós não precisamos saber nada sobre eles. No fim dos tempos, depois de termos ‘passado o bastão’ para os 144k e partirmos, o ministério dos crentes gentios retornará para os judeus novamente: os judeus, os 144k de Israel e as Duas Testemunhas que irão continuar o seus ministérios por cerca de seis meses, ou seja, até aproximadamente a 6ª Trombeta. Na altura da 6ª Trombeta, as Duas Testemunhas ascenderão ao céu e, antes disso, a maior parte dos 144k terão partido, em um 2º arrebatamento, antes da “hora da provação que virá sobre toda a terra”.

Também não podemos esquecer que, entre o 1º arrebatamento (no 8º dia da Festa de Tabernáculos, algumas semanas antes da 5ª Trombeta) e o momento que a 6ª Trombeta for tocada (que será a destruição da Prostituta/Mistério Babilônia, no mesmo dia em que a Abominação Desoladora acontecerá), entre esses dois momentos, durante cerca de 6 meses, haverá milhões de cristãos que serão assassinados. Serão milhões de pessoas das mais diferentes tribos, línguas, povos e nações, que irão crer em Cristo depois do 1º arrebatamento (do ‘filho varão), ou que já eram crentes mas terão sido deixados para trás por terem apostatado, ou por terem comportamento indigno, sem arrependimento, e por não estarem prontas. Mas um gigantesco número delas irá cair em si, se arrepender e seguir o Senhor. Muitas outras pessoas se tornarão crentes durante esse período, e serão mortas. Esse é o grupo, de todas as nações, mencionado em Apocalipse 7, que está diante do trono. É um número de pessoas tão grande que não pode ser contado. Se Apocalipse tem uma passagem falando de um exército de “200 milhões de homens”, isso significa que esse número é contável. Então, o número de crentes que chegam ao céu, assassinados (os mártires do 5º Selo / mártires da Prostituta) em Apocalipse 7 é ainda maior que 200 milhões. Boa parte desse grupo será de pessoas que passaram a crer em Cristo após o 1º arrebatamento. Será o maior avivamento de todos os tempos.

O avivamento começará de uma maneira maravilhosa, com a glória de Deus sobre o tabernáculo, e os 144k sentados como adoradores naquele tabernáculo/templo. Depois de alguns meses, a Cidade Santa irá se transformar em “Sodoma e Egito”, um lugar do qual as pessoas devem fugir. Antes dessa fuga, haverá o martírio de milhões de cristãos, durante um período de 10 dias sobre o qual lemos na carta à igreja de Esmirna, em Apocalipse 2. Depois da 6ª Trombeta, que é a destruição da Prostituta, a Abominação Desoladora acontecerá, o remanescente de Israel será levado ao deserto para ser preservado e alimentado lá, e haverá muitos poucos cristãos no mundo. Esses são aqueles de quem Paulo fala, em 1 Tessalonicenses 4:14, como aqueles que “estiverem vivos e ficarem” até a vinda do Senhor. A referência desse verso é àqueles poucos que sobreviverem ao expurgo que a Prostituta e os ‘habitantes da Terra’ promoverão contra os cristãos, antes mesmo do início do reino da Besta, bem como àqueles que também conseguirem sobreviver ao reino da Besta sem aceitar a sua marca.

Observe que o maior responsável pelo assassinato de crentes, após o 1º arrebatamento, não será o Anticristo em sua” versão 2.0 / Besta do Mar”. A essa altura, a marca da Besta não terá sequer sido implementada. O maior responsável pelo assassinato de crentes será o sistema da Prostituta, que estimulará e liberará os ‘habitantes da Terra’ para promoverem a perseguição e o extermínio de cristãos, no mundo inteiro, durante um período de 10 dias, anterior à coroação do Anticristo e anterior à aniquilação da própria Prostituta. Tudo isso acontecerá algumas semanas antes da Páscoa do calendário hebreu, cerca de 6 meses após o 1º arrebatamento.

Conclusão

As 2 Testemunhas terão o mesmo poder que lhes foi concedido nos tempos antigos. A partir de diversas pistas, é razoável inferir que sejam Moisés e Elias:

1. Os poderes e sinais a elas concedidos são os mesmos que esses dois profetas operavam, no Antigo Testamento;
2. No Antigo Testamento é dito que Elias irá voltar, antes do grande e terrível Dia do Senhor;
3. A passagem sobre a transfiguração é profética, e quem aparece nelas, junto com Cristo glorificado são Moisés e Elias;
4. Moisés e Elias foram os únicos profetas que participarem de confrontos contra inimigos, operando sinais milagrosos que o próprio Deus lhe concedeu, e no fim dos tempos é mencionado que as Duas Testemunhas também terão uma disputa pública/ confronto contra a Besta, para que o povo veja quem é o vencedor.

Embora a escolha das 2 Testemunhas seja uma prerrogativa exclusiva de Deus, nenhum outro personagem do Antigo Testamento tem encaixe tão perfeito quanto Moisés e Elias. Evidentemente, somente quando as Duas Testemunhas forem publicamente reveladas é que saberemos, com absoluta certeza, quem elas são. Contudo, o texto bíblico nos fornece várias pistas que apontam robustamente para Moisés e Elias ou, no mínimo, para dois profetas atuando “no espírito e no poder” de Moisés e de Elias. Mas é altamente provável que sejam os próprios.

As 2 Testemunhas terão a responsabilidade de “converter o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais”, explicando aos judeus a correta interpretação da Bíblia, de tal forma que eles estejam preparados para a (segunda) vinda do Messias de Israel: o Senhor Jesus. Também caberá às Duas testemunhas a supervisão da reconstrução do templo ou tabernáculo em Jerusalém, sobre o qual Deus lhes dará instruções específicas. Os judeus descrentes ficarão impressionados quando virem que a glória de Deus foi colocada no templo construído por essas Duas Testemunhas e isso causará profunda comoção para eles.

As 2 Testemunhas terão poder para lançar pragas (como Moisés fez, no Egito), fechar o céu (como Elias fez) e derrotar quem as atacar. Quando os primeiros 4 Selos de Apocalipse forem abertos, e as 5 primeiras Trombetas forem tocadas (tudo isso em um período bastante comprimido e superposto), várias coisas ruins irão acontecer na Terra, e é possível que as pessoas em geral atribuam várias calamidades às Duas Testemunhas, sem que elas tenham, necessariamente, sido responsáveis. É possível que elas levem a culpa de muitos problemas que irão ocorrer, que não terão sido causadas por elas. O fato de elas terem determinados poderes não significa que os usarão a todo momento.

A vinda de Elias foi profetizada no Antigo Testamento e seu papel principal era preparar o coração das pessoas para receber a Cristo. Isso é encontrado em Malaquias 4:4-6. Sabemos que as Duas Testemunhas são identificadas com as duas oliveiras e os dois candeeiros que as conectam com os reconstrutores anteriores do templo em Zacarias 4. Também sabemos que, no Antigo Testamento, Elias e Moisés tiveram um grande confronto sobre de quem era o verdadeiro Deus: Elias com os profetas de Baal e Moisés com Faraó e os mágicos de Faraó. A mesma coisa acontecerá durante o fim dos tempos: haverá uma peleja / competição entre a Besta e as Duas Testemunhas.

É muito provável que as 2 Testemunhas não estarão na Terra para ficarem gritando nas esquinas e fazendo fogo sair das próprias bocas como se fossem dragões, nem para causar uma contínua seca em Israel por 3 ½ anos, nem para transformar todas as águas em sangue e não haver água potável em Israel. Esta não é uma interpretação realista dos símbolos usados ​​em Apocalipse. Os símbolos estão ali para indicar quem são essas Duas Testemunhas e não podem ser interpretados de forma literal. Seria muito estranho as Duas Testemunhas cuspirem fogo literal de suas bocas. É importante que realmente pensemos como adultos quando abordamos um estudo bíblico como este, e é fundamental que investiguemos e decifremos o que significam os símbolos.

Esperamos ter explicado, da melhor maneira possível, com os fatos que temos até hoje, e à luz da Bíblia, o contexto, a possível identidade e o papel em que as 2 Testemunhas atuarão.