Introdução
A profecia da geração da figueira, relatada no Evangelho de Mateus, é uma das mais conhecidas, e utilizadas no mundo cristão como indicadora da importância da vigilância, bem como da época da 2ª Vinda de Jesus. Diz a profecia:
“Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24:32-35)
Muitos estudiosos de escatologia bíblica que procuram entender o mistério da parábola da geração da figueira, dada por Jesus no final de Seu ministério, concluem que, se a figueira representa Israel, então, a parábola sinaliza que a geração que testemunharia o renascimento de Israel não ‘passaria’ enquanto não acontecesse a 2ª Vinda de Cristo, quando Ele virá para estabelecer seu reino de 1000 anos aqui na Terra — o reino Milenar.
Como entender a parábola
É preciso entender que, em uma parábola, uma coisa é representada por outra. Nesta parábola, a figueira não representa uma árvore literal, mas a nação de Israel, que milagrosamente brotou em maio de 1948. A geração da figueira é a geração que nasceu em 1948, e que estará viva quando da 2ª Vinda de Jesus.
Qual é a duração de uma geração? Salmos 90:10 diz: “Os dias da nossa vida sobem a 70 anos ou, em havendo vigor, a 80; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.”
A faixa de 70 a 80 anos corresponde à longevidade média esperada para o ser humano. Ela continua válida até hoje. No Brasil, por exemplo, a expectiva de vida é de 75,5 anos. Se somarmos o limite superior de 80 anos, que consta em Salmos, ao ano de 1948, em que Israel se tornou uma nação, encontramos 2028. Fica, então, a expectativa de que 2028 seria um ano possível para a 2ª Vinda de Jesus e, talvez, até mesmo, a janela máxima, se o limite de 80 anos mencionado em Salmos for exato. Obviamente, não sabemos se 80 anos é o limite máximo exato ou se é um número aproximado.
Mateus 24 x Lucas 21
Se, por um lado, muitos estudiosos de escatologia reconhecem a validade da parábola da geração da figueira como indicadora de alguma época aproximada máxima para a 2ª Vinda de Cristo, há quem descarte a possibilidade de usar a parábola como profecia, alegando que, em Lucas 21, além da figueira, são mencionadas outras árvores. Vejamos o relato em Lucas:
“E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores. Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.” (Lucas 21:29-33)
O versículo que os que não concordam com a aplicação profética da geração da figueira citam é o 29, que diz: “Olhai para a figueira, e para todas as árvores“.
Aqueles que acreditam que esta parábola não é sobre Israel — e que não deveria ser interpretada como uma expectativa profética baseada no renascimento de Israel —, tentam mostrar que Jesus estaria ensinando uma parábola que não era sobre uma árvore em particular, que pode ou não representar Israel, mas focada na ideia geral de que, assim como uma árvore prevê o verão, devemos estar cientes da época em que vivemos, e da estação que se aproxima. Alegam que esta seria uma parábola geral sobre ‘ser vigilante’, que não teria nada a ver com Israel e que, portanto, não deve ser usada como um sinal do fim dos tempos.
Assim, eles consideram tolice tentar encaixar essa profecia geral sobre ‘estar vigilante’ em uma cronologia profética baseada no renascimento da nação de Israel. Acreditam que a menção de Jesus sobre “todas as árvores” deveria colocar por terra toda a expectativa profética, já que a parábola não fala somente sobre a figueira, mas sim sobre várias árvores.
O significado de ‘outras árvores’
Será, então, que a inclusão da expressão “e todas as árvores” anularia a perspectiva profética relacionada à geração da figueira como uma referência ao fim dos tempos? A resposta é NÃO. Muito ao contrário, em vez de desqualificar a parábola da figueira como uma profecia ligada a Israel e ao fim dos tempos, a adição da expressão “todas as árvores”, por Jesus, torna a parábola ainda mais clara e convincente, com plena aplicação profética. Para entender isso, é preciso resgatar um pouco da história.
Por ocasião da 1ª Guerra Mundial, o Império Otomano, ou Império Turco-otomano, que havia governado todo o Oriente Médio com ‘mão de ferro’ por mais de 400 anos, terminou. Seus territórios abrangiam parte do Oriente Médio, do sudeste da Europa e do norte da África.
O Império Otomano apoiou a Alemanha na 1ª Guerra Mundial. Quando a Alemanha perdeu a guerra, o Império Otomano foi desmantelado e remontado pelos franceses e ingleses de tal forma que eles esperavam que o Império nunca mais se reerguesse.
A parábola de Jesus, conforme narrada no Evangelho de Lucas, previu, na realidade, um dos eventos mais devastadores de toda a história humana: o fim do Império Otomano e o restabelecimento de uma dúzia de novos estados-nação com novas fronteiras traçadas pelos ingleses e franceses. Que estados foram esses e que árvores os simbolizam? Os estados-nação que foram restabelecidos, que faziam fronteira com o antigo Israel, foram:
- a ‘tamareira’, que começou a florescer quando o moderno reino da Arábia Saudita foi fundado em 1932;
- o ‘cedro’ ou ‘cedro-do-Líbano’, que começou a florescer quando o protetorado francês do Líbano se tornou uma nação soberana em 1943;
- a ‘palmeira’, que começou a florescer quando a Jordânia se tornou um reino soberano em 1946, e
- a ‘oliveira’, que começou a florescer quando a Síria se tornou um reino soberano em 1943.
A ‘figueira’ começou a brotar em 14 de maio de 1948. Se houver alguma dúvida sobre a ‘figueira’ ser uma representação de Israel, basta ler a narrativa do Evangelho, em Mateus 21:17-22.

A passagem da maldição da figueira não deve ser confundida com a ‘profecia da figueira’. São duas narrativas distintas. O que as liga é somente o fato de que Jesus escolheu a árvore da figueira como uma figura de Israel.
A figueira amaldiçoada era uma imagem de Israel que era infrutífero. A parábola da figueira, por outro lado, é uma figura da ‘figueira’ voltando à vida. Em outras palavras, Israel renascerá e produzirá frutos e será uma luz para as nações, assim como profetizado.

Quando isso acontecerá? A resposta é: imediatamente após ‘o tempo de angústia de Jacó’, quando Cristo estabelecer o Seu reino em Jerusalém, na 2ª Vinda visível e gloriosa. Quando isso acontecer, Israel passará a ser a mais importante de todas as nações do mundo.
Jesus estava claramente identificando Israel como a ‘figueira’. A ‘figueira amaldiçoada’ é um lado da moeda e a ‘figueira frutífera’ é o outro lado. Entre esses dois extremos, vemos o contraste da nação de Israel, em sua maior parte, vivendo em incredulidade em relação a Jesus como o Cristo / o Messias prometido e profetizado nas escrituras, e a nação de Israel saindo da incredulidade e se tornando frutífera.
A incredulidade da nação de Israel, representada pela geração nascida em 1948 (a ‘geração em que a figueira volta a brotar’), está prestes a terminar, como Jesus profetizou. ‘Uma geração’ pode ser uma contagem próxima a 80 anos mas não é necessariamente um número exato. Isso é a chave para entender a parábola da figueira, a qual, sem dúvida nenhuma, será profeticamente cumprida.
Conclusão
A parábola da figueira, seja em Mateus, seja em Lucas, pode e deve ser interpretada não somente como uma advertência para a importância de sermos vigilantes como, tambem, uma indicação profética sobre a época aproximada em que a 2ª Vinda de Jesus deve acontecer. A duração de uma ‘geração’ tem a ver com a idade média do ser humano e isso não é um número exato. Mesmo sendo uma ordem de grandeza, tudo indica que já estamos bastante próximos do retorno de Jesus.
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