Introdução
Neste artigo, falaremos sobre o momento do ‘arrebatamento da Igreja’, relativamente ao período da tribulação que precede a 2ª Vinda visível e gloriosa de Cristo (que doravante referenciaremos simplesmente como a ‘2ª Vinda’), na perspectiva pré-milenista.
Afinal, o arrebatamento da Igreja será:
- antes da tribulação (posição ‘pré-tribulacionista’)?
- no meio da tribulação (posição ‘mesotribulacionista’)?
- antes do derramento da ira de Deus (posição ‘pré-ira’)?
- ou após a tribulação (posição ‘pós-tribulacionista’)?
Estas são as visões mais largamente difundidas. Todas elas fazem referência a um período entendido como uma “tribulação de 7 anos”. Alguns chegam ao ponto de afirmar que todo o período de ‘7 anos’ equivaleria ao derramamento da ira de Deus.
Neste artigo, vamos analisar este assunto. Antes de explicar a nossa posição, porém, vamos tratar de algumas premissas que são tomadas como verdade por muitos cristãos sinceros, e que não correspondem à realidade.
A tribulação tem duração de 7 anos?
Não há, no texto bíblico nenhuma indicação de que um período de tribulação / perseguição se inicie exatamente 7 anos antes da 2ª Vinda. O que sabemos é que as Duas Testemunhas de Apocalipse testemunharão durante 1260 dias (Apocalipse 11), que terão poder de fazer sair fogo da própria boca, de fechar o céu e de transformar água em sangue. Após testemunharem por 1260 dias, serão assassinadas pelo Anticristo no mesmo dia que ele ressuscitar, e que, no dia da Abominação Desoladora (dia da coroação do Anticristo), elas ressuscitarão e ascenderão ao céu. A partir do dia da Abominação Desoladora, o reinado do Anticristo terá duração de 1260 dias, até a 2ª Vinda visível e gloriosa de Cristo.
Somando os 1260 dias do ministério das Duas Testemunhas com os 1260 do governo do Anticristo/Besta, temos, sim, um período de 7 anos. Contudo, não há menção de que alguma ‘tribulação’ tenha início desde o início dos 1260 dias de ministério das Duas Testemunhas, ou seja, bem no início dos tais 7 anos. Além disso, o texto bíblico também não diz que o início do ministério delas será público. O início do ministério das Duas Testemunhas poderá ser privado, para um determinado grupo. Durante vários meses, esse ministério pode perfeitamente ocorrer sem nenhuma publicidade global. Portanto, o ministério das Duas Testemunhas não deve ser aguardado pelo povo cristão de hoje como um ‘sinal’, já que poderá ser circunscrito a um determinado grupo de israelitas, para que estejam prontos para receberam o Messias tão esperado. Para mais informações sobre o ministério das Duas Testemunhas, veja o nosso artigo neste link.
Outros poderão dizer que saberemos que o período de 7 anos que precedem a 2ª Vinda terá começado quando for noticiada a assinatura de um ‘acordo de paz’ de 7 anos pelo Anticristo, o que já explicamos, em outro artigo, ser uma interpretação incorreta. A única coisa que será iniciada 7 anos antes da 2ª Vinda será o ministério das Duas Testemunhas e, ainda assim, como já discutimos acima, o princípio desse ministério não será, necessariamente, público, assim como não foi público o início do ministério de João Batista.
Então, se não soubermos que as Duas Testemunhas já entraram em cena, e se não houver assinatura de um suposto ‘acordo de paz’ pelo Anticristo, como saberemos que o período de 7 anos antes da 2ª Vinda começou? A resposta é: se o ministério das Duas Testemunhas não começar de maneira pública, em que elas se revelem ao mundo, nós não saberemos que o ministério delas começou, nem que os últimos 7 anos antes da 2ª Vinda terão se iniciado.
Se o início do ministério das Duas Testemunhas não é um ‘sinal’, o que servirá, então, como sinal, antes da abertura do 1º Selo de Apocalipse? O que servirá como sinal será o ‘sinal do Dragão’, em Apocalipse 12, quando Israel se envolver em uma guerra ou invasão de graves proporções (simbolizado pela ‘mulher’ entrando em ‘trabalho de parto’), o que será sucedido pelo fato de o ‘dragão’ (Satanás) lançar à Terra 1/3 de suas ‘estrelas’ (anjos), que, muito provavelmente, se manifestarão como ‘alienígenas’, tentando enganar a muitos. Leia Apocalipse 12. É isto o que está escrito como sendo o sinal de que o início do período da tribulação estará prestes a começar.
Tudo isso acontecerá poucas semanas ou, mesmo, poucos dias antes da transformação dos corpos de um grupo de crentes que são simbolizados pelo ‘filho varão’ da ‘mulher’ de Apocalipse 12. Pelo entendimento do termo grego ‘arsen huios‘ (que sempre se refere ao filho que herda), esse grupo de crentes equivale a filhos com direito de primogenitura, que não terão perdido o direito à própria herança, que será a de receber porção dobrada e atuarem como reis e sacerdotes. Sacerdotes no céu (intercedendo por quem estiver na Terra) e reis na Terra, após a 2ª Vinda, como auxiliares de Cristo, em Seu governo. Basicamente, a tribulação propriamente dita terá início em época bem próxima à abertura do 1º Selo de Apocalipse, que é quando esse grupo de ‘filhos primogênitos’ se apresenta no céu, após serem arrebatados para se apresentarem diante do trono de Deus, conforme simbolizado pelos ’24 anciãos’, que é um número simbólico.
Portanto, já estamos falando aqui de um arrebatamento pré-tribulacional, no sentido de acontecer na época da abertura do 1º Selo de Apocalipse, mas após o ‘sinal do dragão’. Os 4 cavaleiros de Apocalipse só aparecem (deflagrando a tribulação) após a abertura do 1º Selo, o qual, por sua vez, só ocorre após o primeiro grupo de crentes arrebatados chegarem ao céu.
A nomenclatura “pré, meso ou pós-tribulacionista” é um tanto imprecisa, pois trata a tribulação como um sinônimo de “7 anos”. Se quiser ler mais sobre isso, veja o nosso artigo neste link.
O período da tribulação também não é equivalente ao derramamento da Ira de Deus, que só começará com os juízos das 7 Taças em Apocalipse 15, que ocorrerão em algum momento mais próximo à 2ª Vinda, juntamente com os juízos do 6º e 7º Selo, e a 7ª Trombeta, que ocorrerão um após o outro, em rápida sucessão. Antes que a ira de Deus possa ser derramada, o reino da Besta precisa existir, e isso só acontecerá 3 ½ anos antes da 2ª Vinda, ou seja, não é no início dos 7 anos que precedem a 2ª Vinda. Em Mateus 24:29, fica claro que o Dia do Senhor (dia em que a ira de Deus começa a ser derramada) acontece ‘depois da tribulação daqueles dias’. Portanto, é incorreto afirmar que todo o período da tribulação equivale ao derramamento da ira de Deus. Mesmo porque as escrituras dizem que Deus não destinou os crentes à ira (1 Tessalonicenses 5:9), e sabemos que durante a tribulação, ainda haverá muitos crentes na Terra. A ira de Deus só será derramada após não haver mais nenhum crente presente no planeta.
Os 24 anciãos no céu antes da abertura do 1º Selo
A resposta é simples: porque, no texto bíblico, também há outras passagens sugerindo outros resgates depois do início da tribulação. Ou seja, haverá outros arrebatamentos!
Se um dia você embarcar em um avião em São Paulo e perguntar, a três diferentes pessoas, para onde elas estão indo, e o primeiro responder ‘Rio de Janeiro’, o segundo responder ‘Salvador’, e o terceiro responder ‘Fortaleza’, não significa que um está certo e os outros dois estão errados, nem que os três estejam errados. É totalmente possível que o voo, com origem em São Paulo, faça escalas no Rio de Janeiro e em Salvador e, em seguida, chegue ao destino final, em Fortaleza. Todos estarão corretos e tudo fez sentido. Assim, também, podem ser algumas passagens bíblicas, que parecem se contradizer e gerarem certa confusão — mas não se contradizem. Referem-se a momentos diferentes e a grupos diferentes. Da mesma forma, os defensores das posições escatológicas, no que concerne o momento do arrebatamento em relação ao período da tribulação, podem estar todos certos ou, no mínimo, parcialmente certos.
A maior parte das pessoas que têm uma determinada posição escatológica, seja pré, meso ou pós-tribulacionista, tomam como pressuposto que há apenas um arrebatamento, e associam a Igreja à figura da “noiva de Cristo”, e que Cristo “não deixaria nenhuma parte de Sua noiva na Terra”. O livro da Apocalipse, de fato, faz menção à “noiva”, mas não usa essa imagem na maior parte do tempo.
A Igreja inteira é arrebatada?
Em Apocalipse 12, quem é arrebatado para o trono de Deus, no céu, é um ‘filho’, não uma ‘noiva’. Esse filho é o ‘filho que herda’, que equivale a crentes que, mesmo não sendo pessoas perfeitas, buscam a Deus com sinceridade, se arrependem quando erram e buscam fazer a vontade de Deus e serem guiados pelo Espírito Santo. São crentes maduros, que não perderam o seu ‘direito de primogenitura’ como os crentes que não se importam em pecar deliberadamente, não se arrependem e não se preocupam em se afastar do que desagrada a Deus. Sim, há diversos exemplos, no Antigo Testamento, de filhos que foram os primeiros a nascer em suas famílias mas que, por comportamento imoral, ou mesmo por desprezarem o seu direito de primogenitura, perderam esse direito, tais como Esaú e Rubens. Esaú perdeu o seu direito de primogenitura porque não o valorizou, e vendeu a Jacó por uma simples tigela de ensopado. Rubens foi o primeiro filho de Jacó mas, por ter tido relações sexuais ilícitas com a concubina de seu pai, perdeu o seu direito de primogenitura. Esses tipos e figuras nos servem como aviso para o que há de vir. Após ser salvo por Cristo, ninguém perde a salvação. Mas o direito de primogenitura, que por direito pertence a nós, pode ser perdido, se tivermos comportamento imoral ou indigno, e não nos arrependermos e não mudarmos a nossa caminhada. A nossa salvação só depende de Cristo, e cabe a nós, crer. Já a manutenção do direito de primogenitura só depende de nós.
O grupo dos ‘filhos primogênitos’, dos crentes que estarão prontos e que não terão perdido o próprio direito de primogenitura, será levado em um arrebatamento antes da abertura do 1º Selo de Apocalipse. Esse grupo é identificado como o filho varão, que nasce da mulher em Apocalipse 12, é arrebatado e aparece diante do trono de Deus. Em Apocalipse 4 e 5, os ’24 anciãos’ aparecem diante do trono de Deus, equivalendo ao mesmo grupo. Logo em seguida, Cristo está no meio deles, e alguns versos em seguida, Ele abre o 1º Selo, quando a tribulação, na Terra, começa.
Em seguida, haverá perseguição a crentes na Terra (os novos crentes e os deixados para trás), e muitos serão martirizados pelo sistema da Prostituta. Esta será a ‘grande tribulação’ para os cristãos, que não pode ser confundida com a ‘grande tribulação’ para os judeus, que ocorre após o início do reinado da Besta. Os que forem martirizados na ‘grande tribulação’ para os cristãos (os mártires do 5º Selo / mártires da Prostituta) são descritos como uma “grande multidão” chegando continuamente ao céu, porque são assassinados pela Prostituta, com apoio dos ‘habitantes da Terra’. Assim que chegam, um a um, ao céu, por meio do martírio, recebem os seus corpos imortais. Nessa época, bem próximo ao evento da Abominação Desoladora (dia da coroação do Anticristo), haverá um outro arrebatamento (o 2º arrebatamento), da maior parte do grupo dos 144k de Israel, que também governará e reinará com Cristo.
Os números das expressões ‘24 anciãos’ e ‘144.000 de Israel’ são, muito provavelmente, simbólicos. No segundo arrebatamento — que será ‘mesotribulacional’ — poderá haver muito mais do que 144 mil pessoas arrebatadas, e que nem sabiam que tinham ascendência israelita. Muitos crentes (que não fizeram parte do grupo dos 144k e que haviam perdido o próprio direito de primogenitura — ou seja, não fizeram parte do 1º arrebatamento pré-tribulacional) serão martirizados, mas Cristo têm um lugar especial para eles.
Depois do 2º arrebatamento, ainda haverá crentes gentios vivos, que não fizeram parte do grupo dos 144k de Israel nem do grupo dos primogênitos (os ’24 anciãos’ que foram no 1º arrebatamento), que terão escapado do massacre feito pelo sistema da Prostituta. Esses crentes precisarão tentar sobreviver sem aceitarem a marca da Besta, nem a adorarem, nem a sua imagem. Os que conseguirem sobreviver serão resgatados em um arrebatamento final — o 3º e último arrebatamento, que imediatamente precederá o ‘Dia do Senhor’, quando Deus derramará a Sua ira sobre a Terra, antes da 2ª Vinda. Nenhum crente estará mais na Terra no dia do derramamento da ira de Deus sobre o reino da Besta. Este 3º e último arrebatamento será um arrebatamento pré-ira e, em certo sentido, pós-tribulacional.
Vemos, então, todas as posições escatológicas embutidas no texto bíblico, no sentido de haver:
- um 1º arrebatamento, pré-tribulacional, antes da abertura do 1º Selo;
- um 2º arrebatamento, mesotribulacional, pouco antes do início do reino do Anticristo; e
- um 3º e último arrebatamento pré-ira/pós-tribulacional instantes antes do dia do derramamento da ira de Deus, que será, provavelmente, alguns meses antes do dia da 2ª Vinda.
Sendo assim, os aderentes às diferentes posições escatológicas referentes à época do arrebatamento têm razão parcialmente, porque haverá mais de um arrebatamento. Há lugar para todas as três posições escatológicas, e é importante ficar claro que a tribulação não terá, necessariamente, duração de sete anos inteiros.
Como vimos, não existe um ‘arrebatamento da Igreja’. Os arrebatamentos são de grupos de indivíduos crentes, e não da ‘Igreja’ de uma só vez.
Quando a noiva aparece no céu?
No final de Apocalipse, quando todos os crentes já estão no céu, é que a figura da “noiva” é mencionada – somente no capítulo 19. Antes, essa imagem ou figura não é usada. Assim, precisamos ter em mente as imagens apresentadas no livro, que fala de como filhos — e não uma noiva —- vão chegando ao céu, diante Trono de Deus, para se apresentarem para servir, como sacerdotes a Deus. Deus Pai sempre recebe a Sua porção antes de que Cristo receba a Sua.
No Antigo Testamento, os sacerdotes levitas revezavam-se em turnos, no Templo, no serviço a Deus. Eram 24 divisões de sacerdotes, com cada divisão se apresentando no Templo no momento do próprio turno de serviço (plantão / escala). Os crentes, como sacerdotes no Céu, além de adorar, irão interceder pelos que estiverem na Terra. Cristo deixará a posição de sumo sacerdote diante de Deus para iniciar as providências relacionadas ao Seu reinado na Terra. O primeiro grupo de filhos (os que mantiveram a sua condição de primogênitos) — e não a Igreja inteira — chegará ao céu e, só então, Cristo abrirá o 1º Selo, porque o grupo simbolizado pelos ‘24 anciãos’ assumirá o ‘posto’ de intercessão. A propósito, é por isso que Satanás tenta devorar o filho citado em Apocalipse 12:5. Se o arrebatamento desse grupo fosse impedido, não haveria como o grupo simbolizado pelos 24 anciãos se tornar intercessor e Cristo não sairia de Sua posição como Sumo Sacerdote no céu, o que será necessário acontecer, para que Ele inicie as providências e exerça o Seu reino milenar na Terra.
Conhecer a imagem das Festas do Senhor e as colheitas é de grande importância para enxergar o plano profético de Deus. Temos um artigo subdivido em seis partes, neste blog, sobre este assunto tão rico e profundo. Recomendamos fortemente que leia! A parte 1 está neste link.
A noiva de Cristo é construída em etapas, tal como um edifício ou uma cidade. Somente depois de todos os crentes estarem reunidos no céu, após a chegada dos diversos grupos, é que a construção da noiva (simbolizada pela Nova Jerusalém) estará concluída. Temos um outro artigo sobre a Noiva de Cristo, neste link, com muitas explicações interessantes.
A profecia das 70 semanas de Daniel
A Bíblia nos dá, não uma, mas duas cronologias do ‘fim dos tempos’. A linha do tempo para os crentes é registrada no livro de Apocalipse e pode ter uma duração de até sete anos, se for incluído o ministério das Duas Testemunhas. Já a sequência de eventos do fim dos tempos para Israel está no livro de Daniel, especificamente na profecia das 70 semanas em Daniel 9: 25-27, bem como em Daniel 12.
A 70ª semana de Israel é dividida em duas metades de três anos e meio cada. A primeira metade da semana já ocorreu durante o ministério de três anos e meio de Cristo, deixando apenas três anos e meio restantes na ‘linha do tempo’ de Israel. As duas linhas do tempo — a dos crentes e a de Israel — se encontrarão no ponto inicial da 2ª metade da 70ª Semana de Daniel, dia em que ocorre a coroação da Besta / Abominação Desoladora. Em Apocalipse, esse dia é encontrado (entre outros lugares) em Apocalipse 12, quando a mulher foge; e, para Israel, é encontrado em Daniel 12 — depois de ‘Miguel se levantar’, quando o tempo de angústia de Israel começar. Tanto Apocalipse 12 quanto Daniel 12 se referem ao Arcanjo Miguel e um ‘tempo de angústia’ que dura por ‘tempo, tempos e metade de um tempo’ (três anos e meio) para Israel.
O momento da interseção da cronologia para os crentes, bem como o início dos últimos três anos e meio para Israel, é encontrado na quarta (e última) visão contida em Apocalipse 12:13-17.
Uma das primeiras coisas que o dragão fará ao estar na Terra é tentar lançar a sua ira sobre a ‘mulher’, isto é, ele tentará acabar com a nação que ‘deu à luz’ o Messias, a nação a quem Miguel protege. Sabemos, em Apocalipse 12:6, que Deus já providenciou para que a ‘mulher’ fosse mantida em segurança no deserto, por 1260 dias. Três anos e meio depois, Cristo retornará à Terra em Sua 2ª Vinda visível e gloriosa.
Para maior aprofundamento sobre a 70ª Semana de Daniel, sugerimos o artigo neste link.
A nossa posição
Somos pré-tribulacionistas no sentido de haver um arrebatamento antes da abertura do 1º Selo de Apocalipse (a partir de cujo momento os sinais mais evidentes da tribulação se manifestarão, como o aparecimento dos 4 Cavaleiros de Apocalipse), não no sentido de o arrebatamento acontecer antes de uma suposta ‘tribulação de 7 anos’. Talvez o melhor nome para a posição ‘pré-tribulacionista’ fosse ‘pré-Selo’! Porém, também cremos em mais de um arrebatamento!
A premissa de um único arrebatamento gera um gigantesco problema, porque a história narrada em Apocalipse fica sem o adequado encaixe. Com a noção de apenas um arrebatamento pré-tribulacional, as pessoas que virão a crer em Cristo após a saída do primeiro grupo de crentes da Terra (os ‘primogênitos’ / ’24 anciãos’) ficariam desesperadas, achando que não há salvação nem resgate para elas, e que a “era da Graça” teria terminado. Não resta a menor dúvida de que é importante e bem melhor crer no tempo que se chama agora; evidentemente que sim, mas a Bíblia não diz que a era da Graça termina com o 1º arrebatamento pré-tribulacional, do grupo dos filhos ‘primogênitos’! Haverá sérios problemas, mas ainda haverá a oportunidade de salvação.
Enquanto Cristo não retornar visivelmente, ainda será possível ser salvo pela graça, através da fé. As pessoas que vierem a crer em Cristo depois da saída do primeiro grupo de crentes da Terra (após o primeiro arrebatamento) e não aceitarem a “marca da Besta” e não adorarem a Besta, terão o mesmo status, como salvos, como Igreja do Senhor. A ‘era da Igreja’ não termina com o 1º arrebatamento.
O livro de Apocalipse fala de como os crentes, que se apresentarão, como filhos, diante do Trono de Deus, irão chegando lá e assumirão posição sacerdotal! A história não termina com a chegada do primeiro grupo, que é o dos crentes que chegam após o primeiro arrebatamento. A colheita de almas é bem mais complexa e elaborada, e envolve etapas. Deus é misericordioso e continua a Sua colheita.
Algo muito importante de ser levado em consideração, e não ser esquecido, é: Deus obtém a sua porção antes que Cristo obtenha a d’Ele.
“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus“. 1 Pedro 3:18
Os salvos se apresentam diante do Trono de Deus, e são sacerdotes de Deus, servindo a Ele, antes de Cristo obter a Sua noiva. Ela se torna “pronta” depois que todos os grupos de sacerdotes tiverem chegado no Templo celestial. Portanto, para melhor entender o livro de Apocalipse, convém deixar de lado a figura da “noiva” e focar no que o livro está dizendo — que se refere, na maior parte da narrativa (no que diz respeito aos crentes salvos), à chegada deles diante do Trono de Deus, na qualidade de filhos e de sacerdotes para Deus.
Logo em seguida ao terceiro e último resgate dos crentes (o arrebatamento pré-ira/pós-tribulacional), terá início o Dia do Senhor, em que Deus derramará a Sua ira, com eventos catastróficos sobre a Terra, cujos efeitos serão sentidos por várias semanas ou meses.
A história do resgate de Ló e de sua família, da cidade de Sodoma, em Gênesis 19, é uma figura do que irá acontecer no dia do último arrebatamento. Instantes depois do momento em que Ló foi retirado de Sodoma, com a sua família, Deus fez descer fogo e enxofre sobre a região de Sodoma e Gomorra.
Conclusão
Apresentamos, em nosso estudo, os três arrebatamentos que podem ser detectados no livro de Apocalipse, representando diferentes grupos, em diferentes momentos:
- o primeiro arrebatamento é pré-tribulacional (no sentido de pré-Selo, pré-Trombeta, mas não pré-“sete-anos”) ;
- o segundo arrebatamento é mesotribulacional, poucos dias antes do evento da Abominação Desoladora, que acontece 3 ½ anos antes da 2ª Vinda;
- o terceiro e último arrebatamento é instantes antes do Dia do Senhor, em que Ele derrama a Sua ira sobre a Terra, atingindo, predominantemente, o reino da Besta. Sobre este arrebatamento, ninguém sabe o dia nem hora.
Não há necessidade de discussão sobre posições pré, meso ou pós-tribulacionistas. Todos têm uma parte da razão. O mais importante, neste momento que precede o primeiro arrebatamento, é dar bom testemunho e levar as Boas Novas da Salvação aos que ainda não creem, para que recebam a salvação eterna mediante o sangue de Cristo derramado na cruz, tenham a preciosa e extraordinária oportunidade de receber, juntamente com o primeiro grupo, o seu novo corpo transformado, imortal e incorruptível, ter a honra e o privilégio de conhecer a Cristo e a Deus, a quem amamos e sabemos que nos amam, e que têm um lugar preparado para nós; bem como, não passar pelo árduo e complexo período que será a tribulação, na Terra, e evitar o risco do significativo sofrimento, provação e, até mesmo, de martírio (para muitos), que acontecerá após o primeiro arrebatamento e o início da tribulação.
Se a sua vida não está conforme o que agrada a Deus, tome uma atitude imediatamente. Arrependa-se, reconcilie-se com Deus, corrija a sua caminhada e recupere o seu direito de primogenitura. Ainda estamos em tempo! Deus se alegra que Seus filhos tenham a condição de primogênitos, e essa condição depende de cada um de nós. A salvação não pode ser perdida, mas a condição de ‘filho primogênito’, com uma posição e honra especial, pode ser perdida, a depender do nosso comportamento. Não perca o seu direito de primogenitura! Deus sempre estará disposto a ouvir a oração de alguém genuinamente arrependido, e ajudar na retomada da sua caminhada.
Mesmo após o 1º arrebatamento, pré-Selo, Deus continuará agindo poderosamente e, a Ele, chegarão, em diferentes momentos e grupos, todos os que são Seus, até que a totalidade do corpo de Cristo esteja no céu. Posteriormente, na 2ª Vinda, os crentes escolhidos para auxiliar Cristo em Seu governo voltarão à Terra com Ele, para reinar com Ele durante o Seu reino milenar.
Tudo isso é importante para que, não somente, entendamos o que as escrituras realmente indicam, mas também, para que os novos convertidos a Cristo após a saída do primeiro grupo de crentes da Terra, tenham esperança e ânimo, porque nem todos serão levados ao martírio, nem terão que esperar até a 2ª Vinda. Eles também precisam saber que nenhum crente estará na Terra no momento do derramamento da ira de Deus. Eles devem ler as cartas de Cristo às Sete Igrejas em Apocalipse 2 e 3 e terem paciência e perseverança, e não aceitarem, de maneira alguma, a “marca da Besta”, caso ainda estejam na Terra após o início do reinado do Anticristo. E se o martírio for necessário, a recompensa pela fidelidade será grande.
Todos os crentes em Cristo desde o primeiro até o terceiro e último arrebatamento são parte da Igreja, do Corpo de Cristo, pois terão sido salvos pela graça, através da fé em Cristo. Somente depois da 2ª Vinda, não será mais possível crer pela fé, pois, a partir de então, “todo olho O verá”, e isso não é mais “fé”, mas “vista”.
Esperamos que esse artigo tenha contribuído para um esclarecimento mais embasado sobre o momento do(s) arrebatamento(s) em relação ao período da ‘tribulação’.
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ESTUDO muito bom
Gostei muito do estudo àbriu minha mete e o meu coração para ô prano de salvação do nosso Deus
Excelente.